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Poesias-->O (último) vôo do Phoenix -- 14/10/2002 - 03:25 (L Henrique Mignone) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Voei livre por sobre montanhas, encimadas

Por branca neve, tintas por rosa ao cair da tarde.

Voei alto, bem alto, junto à lua, perto das estrelas,

Soberano, querendo toca-las, em minha loucura,

Através de nuvens pelo vento desfeitas e levadas,

Ao léu. Cantei meu canto tímido, sem alarde,

Procurei-a por recantos para atrai-la, e sem vê-la,

Vaguei pelo céu, pelos ares, em eterna procura.;

Sobrevoei florestas e áridos campos, todos os dias,

Por sobre mares, lagos, esmaecidas flores, às tardes,

Cruzei desertos, estepes, cordilheiras, pampas, à noite

Debalde, olhos atentos em busca de sua luz, de um sinal.

Já há muito vagava, há séculos talvez e contudo persistia

Sentindo fluir em minhas asas a liberdade, mas em verdade,

Era prisioneiro de minha eterna sina, que como um açoite,

Lembrava-me meu destino de efêmero e solitário, afinal.

Vaguei sem rumo, sem pouso, sem amores, retornando

Ao final de cada dia a meu leito vazio, cumprindo o rito,

Cobrindo-me com mágicas e aromáticas ervas

E consumindo-me em chamas, até as cinzas, de onde renascia,

Para um novo ciclo de vida e morte, não a encontrando.



Mas eis porém que de repente, um dia, obra do destino

Talvez, afinal, eu a encontrei. Você também vagava só,

Em seu próprio mundo, em sua própria vida levada,

Ao sabor de ventos e por caminhos que não os meus.

E por suas mãos fui levado, enlevado como um menino,

Atraído por suas cores, por suas promessas, sem dó.

E por você cantei meu canto, chorei meu riso, você alçada

Ao mais íntimo de meu infinito, comigo, como um deus.

E voamos juntos, unos em nossa duplicidade,

Sonhamos juntos, envoltos por música celestial,

Bailamos no infinito de um sonho comum, unidos

Na mesma realidade de um novo tempo, perfeitos

Por sobre campos floridos, do alvorecer à tarde,

Quando nos recolhíamos ao nosso ninho, afinal,

Com você, pra você, por você, com amor construído

Cercado de flores, encoberto por pétalas, nosso leito

Mas, não sabia que era efêmero o que julgava eternidade...

E, ao despertar de mais uma noite de enlevado sonho,

Procuro em vão sua presença, não encontro seu calor,

Nem mesmo mais sinto seu perfume, vejo-me sozinho,

Você se foi... E, mais uma vez defronto-me com a realidade

E pela última vez lanço-me e flutuo nos ares, tristonho

Em meu último vôo, cruzando o deserto da vida sem amor,

Sabendo que nunca mais a encontrarei em nosso ninho.

E vôo não mais em sua busca, mas na de meu próprio destino,

Canto meu último canto - um canto de adeus - e com um gemido

Encubro-me com ervas e consumo-me no fogo de minha dor,

Até as cinzas, pois a viver sem seu amor, louco desatino,

É preferível não mais viver, não renascer por não mais ter sentido.

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