MANAUS! 332 anos.
Ana Zélia
“ MÃE DOS DEUSES “, “ CIDADE SORRISO...”
Tão distante e frente ao mar esverdeado que se confunde com o azul do céu.
O tempo se mescla nuvens de chuvas com um sol opaco.
MANAUS! Ficas mais velha e estás mais jovem.
Melancolicamente indagava:
__ Onde ficara a MANAUS de outrora?
Com as retretas na praça, ônibus embaixo das mangueiras centenárias,
frondosas, que amainavam o sol que torna as mulheres mais belas, quentes?
Via uma “BAGDÁ” de folhetins, camelódromos que impedia ver tua beleza de MULHER.
Olho o mar e lembro o “NEGRO” banhando a cidade. Vem a saudade.
Ah! MANAUS! Perco-me à tua volta, a memória me leva ao passado.
Igarapé do São Vicente, Pancada, Educandos, São Raimundo,
São Jorge, Cachoeirinha, Vila Municipal, Flores...
MANAUS! MÃE DOS DEUSES!
Terra das mulheres de pele queimada e quente como o sol tropical.
É tão bonito te ver às claras, sem frestas.
Estás mais verde mais bela.
Moderna, são viadutos, passagens de níveis, passarelas.
Podemos apreciar as praças, monumentos, o porto flutuante, tua história.
É a capital da beleza com teus palácios: Justiça, Rio Negro, Rio Branco...
O deslumbrante TEATRO AMAZONAS.
MANAUS! MÃE DOS DEUSES!
Senhora da Conceição para os católicos, Mamãe OXUM, Rainha das águas doces,
para os místicos, é a Padroeira.
Cidade de bravos guerreiros, onde a fibra e a coragem não os deixaram serem escravos.
O lendário AJURICABA será eternamente lembrado enquanto MANAUS tiver memória.
MARARI, a princesinha dos “Manau”, casando-se com Guilherme,
selaram a paz entre índios e portugueses.
Ah! MANAUS! Lembrar da Maloca dos Bares, da festa da mocidade,
é voltar aos palcos da vida, onde cantores famosos se apresentavam.
Américo Alvarez, nosso imortal “Vovô BRANCO”,
de saudosa memória encantava as crianças no Teatro amazonas,
onde cantei sonhos de criança, adolescência, universitária como coralista
e apresentadora do Coral Universitário do Amazonas.
Ah! MANAUS! Cidade limpa, verde, às claras, a idade nos envelhece,
enquanto te tornas mais JOVEM.
QUANTA INVEJA.
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J. Pessoa, Cabo Branco, Paraíba, 24 de outubro de 2001.
Nota da autora: Em dez anos de rádio colecionei uma história dedicada à minha cidade,
acompanhei-a de perto, vendo seu sofrimento ou sua alegria,
depende do governante, do prefeito.
Cada um a modifica para melhor ou pior. Estamos vivendo uma fase de transição,
hoje minha cidade está feia, suja, repleta de camelôs, ônibus velhos,
caindo aos pedaços, assaltos cinematográficos, insegurança, incerteza.
Mas como diz o ditado “Caboclo perde tudo, mas não perde a bossa”.
A caravana passa e os homens se vão, é uma cidade sem heróis, só choramos Ajuricaba.
Manaus, 26 de maio de 2009. Ana Zélia
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