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Artigos-->SOBRE SUPLICY E OS INOCENTES ÚTEIS -- 27/05/2009 - 15:59 (Abel Aquino ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Abel Aquino



Outro dia, conversando com um amigo, descobri que ele era fã do Eduardo Suplicy. Meu amigo fez rasgados elogios ao eterno senador. Discordei na hora, e argumentei que poderia dar mais de uma dezena de razões para não admirá-lo como político. Aliás, como pessoa comum, eu o elegeria um dos homens mais puros da terra.

Alinhavei as razões das minhas ressalvas:

Vamos lá:

Suplicy é tão ingênuo que acha que sabe de tudo o que acontece no congresso.

Não sabe.

Quando querem tramar alguma barbaridade, os políticos sempre procuram esconder do Suplicy o que estão aprontando.

Quando querem dar um ar nobre a uma idéia estapafúrdia qualquer - dessas que nascem ao borbotões em Brasília - os políticos dizem: peguem o apoio do Suplicy e vocês ganham a mídia e a opinião pública.

Suplicy acha que todo pobre é um anjo disfarçado e a pobreza é a reserva moral da humanidade.

Uma crença dessa só é possível para quem nunca foi pobre como é o seu caso.

Ele não conhece trabalho duro e por isso tem imensa dó de quem trabalha.

No entanto nunca demonstrou dó de quem é obrigado a dar quase a metade do salário ao governo na forma de impostos de todo tipo.

Aliás Suplicy adora dar esmola aos pobre; quase chora quando fala da sua monomaníaca “renda mínima”. Acredito que nem sabe o que é renda. Renda é o que rende do trabalho de alguém. Dar dinheiro para pobre - mesmo que pela nobre razão de matar-lhe a fome - não é distribuir renda, é dar esmola ou dar presente. É dar esmola com o bolso alheio, ainda por cima.

Outra coisa, o senador é uma espécie de bobo da corte em Brasília. Gostam de ouvi-lo quando precisam acalmar as consciências pesadas e dão bordoadas nele quando se empolga e começa a exagerar em suas cantilenas.

Essa pureza ingênua acaba criando um ar menos fétido à classe política e isso não é bom para o povo. Sem querer, Suplicy transformou-se numa espécie de reserva moral dessa classe e isso é um absurdo.

Por fim, embora seja honesto e sincero como pouca criatura nesta terra, Suplicy não é um radical, nunca quis ser um São Francisco que abriu mão de todo conforto, de todo luxo e foi viver com os mendigos e experienciar a vida dos que não possuem absolutamente nada. Pelo contrario, cultiva com carinho a boa e confortável vida que herdou dos pais.

Uma coisa positiva nele é que jamais segue rigorosamente a cartilha do PT. Nunca foi confiável à cúpula do mesmo. Embora seja um ícone luminoso da história da esquerda brasileira, não participa do núcleo de poder do partido; seus dirigentes preferem ostentá-lo como figura imaculada e exemplar da atividade parlamentar, uma figura decorativa apenas.

Suplicy tem consciência, segue suas convicções acima de tudo e de todos, uma coisa raríssima nesse mundo de personagens gelatinosas e fugidias. Todo mundo sabe o que pensa o senador, todo mundo sabe que será bem tratado por ele. Respeita tanto parceiros de militância quanto adversários ideológicos.

Não sei se convenci meu amigo, mas percebi que ele ficou quieto e pensativo por algum tempo e depois mudou de conversa. Nunca mais tocou no assunto.



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