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Cronicas-->O brilho do olhar -- 10/06/2002 - 16:32 (Raquel Zanon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dizem que os olhos são espelho da alma. Por isso que, para conhecer alguém, é preciso olhar bem nos olhos, e admirar o brilho constante que domina e arrasa os sentimentos. Foi isso que aconteceu com a menina dos olhos cor de jabuticaba. Sem intenção de se apaixonar novamente, ela olhou para baixo, e permaneceu assim por muito tempo.
Um tempo que nem ela mesma sabe definir. Um tempo incontável, suficiente para deixar bem claro para a menina que a magia da paixão é justamente olhar nos olhos de quem se gosta e sentir o tremor na alma, o aperto no coração e o sangue correndo quente nas veias, dando voltas e voltas pelo organismo, imitando a vida, que dá mil voltas e no final das contas volta para o mesmo lugar.
E quando os olhos cor de jabuticaba decidiram olhar para frente, a menina se apaixonou. Era um dia frio, daqueles que ficar abraçado com a pessoa que se gosta deixa de ser questão de carência e passa a ser uma necessidade. E naquele dia os olhos cor de jabuticaba e cor de mel se encontraram e descobriram, ambos, que os sentimentos não se acabam nos beijos, não se contemplam nas palavras e muito menos se dividem entre as noites de lua e as noites sem lua.
A paixão se eterniza no olhar. E a menina nunca esqueceu do dia em que resolveu olhar para frente, encarar a vida de uma forma mais singela, e seus olhos se encontraram com outros olhos mais lindos que poderia imaginar. E o tempo, incontável, que ficou a olhar para o chão, tornou-se passado e deixou em sua lembrança as marcas de um tempo em que ela não sabia o valor de um sentimento, pois só quem sabe o quanto valem os sentimentos consegue olhar para frente, nunca para trás, e admirar cada detalhe, cada movimento, cada brilho diferente dos olhos dos outros.
E os olhos caídos da menina que sentia em seu coração a amargura de uma perda tornaram-se seus mais fortes aliados, para conquistar, para amar, para ser seu mais completo objeto de esperança. Esperava ela que um dia pudesse entender e reconhecer os diferentes brilhos dos olhos dos outros, e pudesse decifrar os significados das cores de cada olhar. E com o tempo, a menina dos olhos cor de jabuticaba descobriu que o brilho dos olhos dos outros é, além de espelho da alma, o reflexo dos sentimentos das outras pessoas sobre si.
E a beleza do brilho está em um ponto onde poucos conseguem atingir, o ponto que não tem nome, não tem data, nem hora, nem dono.
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