Do jeito que eu gosto
Carlos Claudinei Talli
Exatamente porque o futebol é um jogo dinâmico e surpreendente, na 4ª feira, 10/06/09, contra o Paraguai em Recife, contra todos os prognósticos, a Seleção Brasileira finalmente se acertou. Começou melhor que o adversário, levou um gol de bola parada, manteve a postura em campo, virou o placar, jogou com aquele equilíbrio que cobrávamos, e talvez tenha feito a sua melhor partida em toda a Eliminatória. E olhem que o Paraguai fez uma ótima partida.
A defesa brasileira esteve perfeita, com uma exibição de gala do excelente Daniel Alves, talvez o melhor em campo. Agora, vai ser difícil tirá-lo do time. Até o Cleber,muito tímido para um lateral de seleção, subiu de produção. Tá certo que pela qualidade do seu futebol, desde os tempos de Corinthians, deveria estar na seleção há mais de dez anos. Mas, com a escassez atual de jogadores para a posição, acredito que ainda dá pra ele. Jogou com muita segurança, e tem um excelente passe. E a nossa zaga, como quase sempre, com o Lúcio e o Juan, esteve perfeita.
E do meio pra frente, o Felipe Melo – um monstro - o Kaká e Robinho jogaram uma partida como há muito tempo não o faziam. Principalmente no 2º tempo. Aliás, como caiu bem a amarelinha pro Felipe Melo. Parece que é a sua segunda pele. E como o Robinho se dá bem na seleção. Não lembra em nada aquele jogador apático do Manchester City. Eu acho que ele finalmente estoura na próxima Copa. Gozado, existem jogadores que se dão melhor na seleção que no clube. Vocês se lembram do Clodoaldo em 1970. No Santos, um jogador normal. Já na seleção, um monstro sagrado... E o Kaká, com liberdade, é um capítulo à parte. Parece que, finalmente, desde os tempos do Dunga-jogador, vamos ter um líder dentro de campo... Já estava mais do que na hora...
Agora, pra tudo entrar nos eixos, só falta trocar o Gilberto Silva pelo Ramirez ou pelo Cleberson – que entraram bem no jogo – ou ainda pelo Elias, e estamos conversados.
E pra se ter uma idéia da evolução do time brasileiro neste jogo, o nosso ‘São Júlio César’, que nos salvara em quase todos os outros jogos, com defesas impossíveis, desta vez, quase não foi acionado. Em 90’ praticou apenas uma defesa, num chute quase sem ângulo do Paraguai, no meio do 1º tempo. É assim que deve ser. Quando o goleiro é o melhor jogador em campo, alguma coisa está errada... Sem dúvida, esse é um bom parâmetro...
É exatamente desse jeito que eu gosto. Uma mistura na medida certa entre contenção e ataque. Um time taticamente equilibrado sempre cria muitas chances de gol. E, não por acaso, quase não se expõe.
A menos que tenhamos uma recaída, parece que encontramos o bom caminho.
Será?
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