OS LIVROS SOBRE O TOCANTINS
E SEUS ERROS.
Mario Ribeiro Martins*
Refiro-me aos dois(2) livros sobre o Tocantins, para o Ensino Fundamental, publicados pela Editora FTD. O primeiro é TOCANTINS-HISTÓRIA E SOCIEDADE(São Paulo, FTD, 2008) produzido pelas professoras MIRIAM BIANCA DO AMARAL RIBEIRO e DIANE VALDEZ.
Bianca Amaral é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Diane Valdez é professora da Rede Municipal de Goiânia.
Como se pode observar, pela Bibliografia, as autoras escreveram sobre o Tocantins, mas, praticamente, não consultaram os melhores autores tocantinenses.
Deixaram de fora José Liberato Póvoa, com sua HISTÓRIA DIDÁTICA DO TOCANTINS(Goiânia, Kelps, 1999). Esqueceram-se de Júnio Batista do Nascimento, com o seu CONHECENDO O TOCANTINS-HISTÓRIA & GEOGRAFIA(Goiânia, Goiás, 2006). Deixaram de fora Maria de Lourdes Antonio Cavalcante, com o seu GEOGRAFIA DO TOCANTINS(Sebrae, To, 1990).
Mas fizeram justiça a Otávio Barros da Silva, mesmo com o nome incompleto e sua BREVE HISTÓRIA DO TOCANTINS(Brasília, Solo Editores, 1997).
Referiram-se a Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante e seu livro TOCANTINS- O MOVIMENTO SEPARATISTA DO NORTE DE GOIAS 1821-1988(Goiânia, UCG, 1999).
Mencionaram Célio Costa e seu O ESTADO DO TOCANTINS-UMA GEOPOLITICA DE DESENVOLVIMENTO(Goiânia, Líder, 1988).
Citaram Lídia Soraya Liberato e seu OS POVOS INDIGENAS DO TOCANTINS(SEC, TO, 2001).
Mas não falam de Lysias Rodrigues, e dizem que o movimento de 1956 foi coordenado pelo Feliciano Machado. Não falam das propostas de Lei apresentadas pelo Siqueira, na década de 1970 na comissão de redivisão da Amazônia Legal e na década de 1980, aprovadas por duas vezes e vetadas pelo Sarney e nem tão pouco dos movimentos Cenog e Conorte e do do apoio da Imprensa.
Na pagina 42, chamam o aluno para localizar no mapa, a cidade. Erradamente. O certo é município. No próprio título do mapa já se coloca Município. As autoras também não explicam a diferença entre cidade, que é apenas o distrito sede e município, que tem toda jurisdição, incluindo a zona rural.
As páginas 24, 33, 61,71,81, 88, 93, 100, 109, 125, 135, 142 - LITERATURA PARA CONHECER NOSSO ESTADO. É uma aberração. Trazem uma série de referências bibliograficas que nada falam sobre o Tocantins, obras que foram selecionadas pelo Programa Nacional de Bibliotecas, uma mera propaganda, e não uma indicação.
Talvez as autoras não saibam que no Tocantins existe uma imensa e vasta lista de livros que tratam da história de forma literária, entre as quais temos os livros dos acadêmicos da ATL, como Liberato, Juarez, Odir e Mário Martins, entre outros.
Na página 65, as autoras enaltecem as cidades que surgiram com o ouro do lado de Goiás e não mencionam as do Tocantins, numa demonstração de que, quem escreveu nada conhece sobre o Tocantins, e o que é pior, transferem para os professores e os alunos a missão.
E se não bastasse, colocam o alunos para analisar imagem de cidades que surgiram com ouro, como é o caso de Porto Nacional.
Porém a imagem não traz características de cidade da mineração, que são ruas estreitas, tortas e a igreja no centro, cercada de casarões.
Nas páginas 61 e 64 do Manual do Professor, na bibliografia, as autoras citam a monografia de CLEONICE REIS, como se fosse da UFT. Errado, na época era Unitins. A UFT só teve inicio em 2004.
O segundo livro é TOCANTINS-TERRA DAS ÁGUAS(São Paulo, FTD, 2008), de MIRIAM BIANCA DO AMARAL RIBEIRO e DOMINGOS FERREIRA DE MEDEIROS.
Bianca Amaral é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Domingos Ferreira é professor da Universidade Estadual de Goiás.
Este livro fez justiça a alguns autores, tais como Otávio Barros da Silva, Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante, Célio Costa e Lídia Soraya Liberato, mas apresenta uma série de problemas.
Na página 21 fala de limites, mas não diz os seis estados que fazem limites com o Tocantins.
Na página 42, justifica erradamente. Diz que o Tocantins está na regiao norte, porque tem semelhança com essa região. Errado, o Tocantins veio para a região porque a região norte tem mais recursos financeiros.
Na página 45, diz que o chimarrão é um bebida típica do município de Porto Alegre do Tocantins, erradamente. O nome Porto Alegre não tem nenhuma menção com a capital do Rio Grande do Sul.
O nome surgiu devido à travessia no rio Manuel Alves. Esta travessia era feita à noite e antes da travessia tinha uma festa, em virtude da alegria, o povo batizou a região de Porto Alegre.
Na página 73, é mostrada a festa dos “caretas” de Arraias e a legenda fala que são as Cavalhadas.
Na página 109, é dito que o rio Tocantins, nasce a partir da junção dos rios Maranhão com Paranã. Errado, pois o rio Tocantins, nasce com a junção dos rios Maranhão e Almas.
Como se não bastasse, na mesma página ainda escreve Lajeado com G. Erro grave, pois Lajeado vem de Lajes, Lajedo.... e com J.
Na página 110, o rio Araguaia é um rio de Planicie, e os autores mencionam como de Planalto. Diz ainda que o encontro dos rios Araguaia e Tocantins é no município de São Sebastião. Errado é no município de Esperantina.
É so conferir no próprio livro nas páginas 24 e 25, que mostra o mapa e a relação dos municípios. E Esperantina no Mapa esta localizado bem no bico, ou seja, no encontro das águas.
O que é lamentável é que os livros são destinados ao Ensino Fundamental.(JORNAL OPÇÃO. Goiania, 9 a 15 de agosto de 2009, página 26)
*Mário Ribeiro Martins
é escritor e Procurador de Justiça.
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