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Poesias-->Pescaria -- 21/10/2002 - 11:25 (José Francisco Bessa da Costa) |
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PESCARIA
Francisco Bessa
07-02-2001 20:42
Andava displicente pelo mar da vida
Quando me senti atraído pelo seu olhar
E fui envolvido pelas suas doces palavras
Que se apresentaram como isca mortal
Mas, sem perceber, imprudentemente,
Meus lábios em teu rosto tocaram
No mesmo instante senti o terror se apoderar
De todo o meu ser
É que debaixo daquela isca traiçoeira
Escondia um anzol de aço amarrado por uma linha invisível
Que se prendeu profundamente de tal maneira
Nos ossos de todo o meu ser
Entrei num profundo desespero
Procurando fugir dali
Na esperança de me libertar
Daquela armadilha sutil
Quanto mais me debatia
Ou para longe eu seguia
Sempre pela linha
Ligado a você eu ia
Por todos os meios procurei libertar-me
Romper com essa linha
Ou até quem sabe
Quebrando meus ossos poderia
Meus ossos não se quebraram
A linha firme ficou
Todos os meus esforços por fim
Todos foram em vão
Cansado já sem forças
Sem luta foi me trazendo
Para junto de si sem hesitar
Como certo a luta ganha
Ao pegar-me com as suas mãos
Tirando o anzol afastando os meus lábios de ti
No meio da minha agonia e certeza
De para mim mesmo morrer
Neste derradeiro momento só me resta uma esperança
De implorar num sussurro ao seu ouvido, este patético pedido.
Devolva-me ao mar, por favor, não vale a pena.
Sou apenas um peixe pequeno
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