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Artigos-->A Herança Árabe * -- 08/01/2002 - 23:07 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




“Uma só idéia impregna a imensidão” - William Blake





A cultura árabe desempenhou importante papel no cenário medieval ocidental. Num primeiro momento, os árabes traduziram diversas obras escritas em grego e siríaco, dando maior ênfase à Filosofia, Matemática e Medicina. Contudo, os estudiosos árabes não se limitaram a isso, eles próprios começaram a elaborar o conteúdo dessas obras e realizar suas próprias investigações; investigações essas que resultariam num pensamento original e de alcance universal; as filosofias árabe e judaica, que muito floresceram durante este período, contribuíram, de forma indiscutível, para a formação e desenvolvimento de várias concepções cristãs.



Os árabes desenvolveram a Álgebra, a Trigonometria, os algarismos arábicos, o algoritmo, além da invenção do número zero. Também investigaram a fundo a Física, Astronomia, Química (palavra que tem a mesma raiz árabe do termo alquimia), Biologia, Geografia, Geologia e História.



Os muçulmanos criam (e ainda crêem) que o desenvolvimento do conhecimento por meios racionais aproxima o homem da sabedoria divina, como diz o Profeta: “A busca do saber da ciência, é obrigação de todo muçulmano, homem ou mulher”. Graças a esse pensamento, o Islã desenvolveu-se muito na ciência, principalmente entre os séculos X e XII, “a filosofia árabe surgia aos olhos dos pensadores ocidentais como a própria manifestação da razão e, por isso, como uma força de libertação dos entraves postos pela tradição” (ABBAGNANO).



O mundo cristão - o mesmo que hoje, na figura papal, se cala perante os ataques ao Afeganistão, denotando, mais uma vez, seu anti-semitismo - foi o principal herdeiro da obra de Averróis, Avicena, Alfarrabi, juntamente com a filosofia grega, alexandrina e de vários escritos científicos árabes. Os sábios muçulmanos encontram no pensamento de Aristóteles um instrumento poderoso. Mas a difusão do aristotelismo no mundo islâmico faz-se de modo curioso: os árabes traduzem o conjunto do Corpus Aristotelicum e a este agregam, como se fosse do mesmo autor, parte das Enéades de Plotino, bem como textos do neoplatônico Proclo. Com esta mescla de pensadores, uniram o aristotelismo ao neoplatonismo onde o Uno de Plotino é interpretado como sendo o próprio Allah.



Além da língua e do islamismo, os primeiros conquistadores muçulmanos trouxeram para o Ocidente o culto ao amor e à poesia. Os conquistadores Árabes e os “povos do livro”(judeus e cristãos) adotaram uma relação amigável de convivência, houve colaboração mútua no comércio, nas artes, na filosofia e, naturalmente, na ciência.



Havia, porém, a recusa em adotar elementos culturais vindos de fora, pois tal atitude seria obter de mãos infiéis o que Deus havia reservado para os crentes. Com isso, o povo muçulmano recolheu e conservou seu legado para transmiti-lo, posteriormente, ao mundo ocidental cristão, já na segunda metade do século XII.





* Artigo publicado em "A Tribuna Piracicabana" - 18/10/2001 e n O Estado de São Paulo: “estadão.com.br” - 22/10/2001. www.estadao.com.br/artigodoleitor/htm/2001/out/22/183.htm
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