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Contos-->A História de João Oscar -- 13/08/2002 - 01:08 (MauMau) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acordei feliz e sorridente com o meu DEUS durante uma calma manhã de domingo. Os raios mornos do Sol de Outono aqueciam minha alma solitária, porém, com um suspiro, com uma lágrima, eu louvei a Deus! O meu dia era lindo, minhas pernas perfeitas, meus braços formosos e tudo ia bem.
Na alegria de sentir-me amado pelo Senhor, eu adorei-o e amei-o com todas as minhas forças e com o máximo da intensidade que eu pude, pois tudo ia bem.
De repente, da paz fez-se a guerra, da calma fez-se a briga, e o céu de outono pôs-se a escurecer...
Minha alma insegura temia o poder da chuva, e, trovões, raios e relâmpagos reluziam entre as nuvens. Eu não tinha pra onde correr, não tinha como me esconder! E o temporal descia... Dolorosa e fortemente chovia sobre o meu corpo, gotas pesadas, doídas, que machucavam meu dorso e a água pôs-se a tentar me levar de onde quer q eu estivesse.
Mas eu louvei a Deus, pois podia beber da água que imploram os caminhantes do deserto e me refrescar do calor que ardia em minha pele. Louvei-o, pois estava vivo e podia caminhar, podia sentir, podia pensar, e quão maravilhoso isso me parecia.
Então, de súbito, vi um raio explodindo diante de mim! Cena maravilhosa, porém, assustadora, que arremeteu contra meu corpo um choque fortíssimo, uma dor lancinante e uma sensação de desespero... E caí! Meu corpo já não me obedecia... Eu precisava de ajuda... A vida parecia tentar fugir de minha face... O gosto do sangue na minha boca revolvia meu estômago e eu me sentia desolado... Então eu louvei a Deus! Louvei-O pela minha vida! Por ter sobrevivido.
Adorei-o, pois ainda podia respirar, pois percebi que podia levantar-me e seguir o meu rumo... Mas meus braços não me obedeciam. Não podia mexê-los, erguê-los, e a dor que provinha deles era imensa.
Porém eu segui o meu caminho, não sentindo meus braços, sendo golpeado pelo temporal que caía, com o corpo dolorido e as pernas comovidas...
Mas eu louvei a Deus! E já não entendia ao certo o motivo pelo que o louvava. Talvez fosse por meu coração permanecer batendo, ou por sentir-me confiante na minha caminhada. Eu o louvava!
Súbito, golpeou-me com intensidade, algo como uma flecha, ou uma seta de mortandade, que me atravessou a coluna e caí, convulsivo, quando tocou meu celular...
- Alô? -gemi ao telefone.- Ajudem-me, venham me buscar!
Mas a voz não era amiga, não trazia notícias de felicidade. E com pesar, explicando já ser tarde, narrou a morte da minha família no temporal, contou-me sobre o incêndio na minha loja e que o seguro não pagaria e explicou-me que eu estava falido, via ordem judicial.
Inacreditável! Como o tempo voava, enquanto eu sofria, naquele vendaval. Eu estava falido, com os braços quebrados, o corpo dolorido, na tempestade atormentado, mas minha alma relutava em aceitar aquele mal, e meu espírito me impelia a louvar o meu Senhor.
Isso me pareceu loucura! Algum tipo de insanidade. Talvez tivesse apanhado demais e minha mente estivesse ficando insana! Ou talvez tivessem colocado alucinógenos no meu refrigerante. Mas a chuva me castigava e minhas mãos quase mortas cheiravam mal.
Então, quase morrendo, nos últimos suspiros, deitei-me com o rosto para o céu e observei que a chuva parava... O sol já estava despontando e o caos ia sendo iluminado; a cidade estava quase destruída e todos estavam reclamando...
Mas eu inclinei minha cabeça e não impedi nenhuma de minhas lágrimas, pois na dor, na angústia eu louvava a Deus, pois sabia q ele estava me observando.
Minha recuperação demorou anos, minhas dívidas pareciam impagáveis, mas conforme o tempo foi passando pude entender o motivo da calamidade. E cheguei à conclusão do que hoje é minha regra de vida:
“Não devemos louvar a Deus apenas pelo nosso corpo, ou nossa vida. Não devemos louvá-lo apenas porque ele nos faz caminhar seguros durante a tempestade. Ele não deve ser louvado apenas pelo que nos concede de bom ou pelos bens que nos proporciona... Devemos louvá-lo porque ele é louvável! E amá-lo, pois ele é amável! E devemos reconhecer que ele sabe o que é melhor para nós. E ainda que eu não seja o super-homem que eu gostaria de ser, ou não tenha todo o dinheiro que eu gostaria de ter, ou não faça tudo que eu gostaria de fazer, eu devo louvá-lo pela sua existência e por ter morrido em meu lugar na Cruz do Calvário. Aprendi que amá-lo à parte disso, é amor interesseiro. E amá-lo assim já me faz sentir o céu!”.

Mauricio Braga de Almeida
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