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Artigos-->Não deve ser fácil! -- 16/07/2009 - 10:48 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não deve ser fácil

Carlos Claudinei Talli



Hoje vou abordar um tema não costumeiro, a atuação dos repórteres esportivos logo após o término dos jogos. E já vou adiantando, não gosto nem um pouco. Justamente quando os ânimos ainda estão bastante exaltados, muitas vezes depois de derrotas inesperadas e por placares elásticos, lá estão eles tentando triturar o jogador ou o técnico do time perdedor. É desumano.



Isso aconteceu no último domingo com os técnicos Mancini e Parreira. Depois de duas derrotas extremamente sofridas, 6 x 2 contra o Vitória e 0 x 1 contra o Santo Andre, os dois treinadores foram bombardeados por n perguntas sobre o mesmo tema: Você não acha que o seu cargo está a perigo? Que você pode ser demitido? Com o Luxemburgo e o Muricy no mercado, vocês não têm medo de perder o emprego? E os dois tentando ter a ‘paciência de Jó’ necessária para aturar o bombardeio...



Em artigo anterior, quando o Ronaldo Fenômeno estreou no Corinthians, contra o Itumbiara, pela Copa do Brasil, eu já comentara sobre o assédio em cima do excelente meia-armador Douglas. No término da partida, a mídia partiu pra cima perguntando o porquê de ele não ter passado uma bola para o Ronaldo, pois este precisava marcar o seu primeiro gol no Corinthians. A conseqüência imediata foi uma perseguição ao meia do Timão pela própria Fiel torcida. O Douglas não podia nem treinar, tal a repercussão daquelas entrevistas. Ainda bem que ele já se recuperou, com juros e correção monetária, mas...



Na segunda-feira, 13/07/09, num programa esportivo de televisão, o atacante Cleber do Cruzeiro também foi inquirido sobre o porquê de ele ter perdido aquele ‘gol feito’ contra o Estudiantes na Argentina, no jogo de ida da final da Libertadores. “Esse gol não poderá fazer falta no jogo do Mineirão? Não pode influenciar o seu rendimento na partida de volta?”



Atualmente, na cabeça da maioria dos repórteres de campo, dar um furo de reportagem é o objetivo máximo, mesmo que isso signifique passar por cima de tudo, inclusive da dignidade do profissional que está do outro lado. Parece mesmo que esse comportamento destrutivo da mídia é uma ordem a ser cumprida. Senão...



Há muito tempo atrás, um técnico de futebol tinha a única obrigação de treinar o time, e o jogador de apenas jogar futebol. ‘Só isso’. No futebol de hoje as coisas mudaram. Aquele que se sai bem diante das câmeras de televisão já tem meio caminho andado rumo ao sucesso. Se ele souber empostar a voz e falar ‘difícil’, por exemplo, já é considerado um luminar. Desde que esteja sempre disposto a conceder entrevistas, a qualquer momento e a qualquer hora, não precisa entender muito de futebol. O jogo passa a ser um mero detalhe. E alguns pouco entendem mesmo.



Com os jogadores, não é muito diferente. Os mais assediados participam de programas esportivos ao vivo, que terminam altas horas da noite, um ou dois dias antes de partidas decisivas. Isso inclusive aconteceu com o Ronaldo antes da final da Copa do Brasil e com o Cleber há dois dias da finalíssima da Libertadores, como já colocamos anteriormente.



Agora, eu pergunto: é possível manter o foco no jogo com todo esse marketing em torno dos jogadores? Aquela pergunta sobre o gol perdido do Cleber não influirá no seu desempenho? E se o Cruzeiro for derrotado?



Não é atoa que jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Adriano, apesar dos milhões de euros percebidos, aos 25, 26, 27 anos, se mostram enfastiados com o futebol. É difícil acreditar: o cara trabalha fazendo o que mais gosta na vida, jogar futebol, ganha o que quase ninguém ganha em outras atividades, mas, em poucos anos, se enjoa de tudo...



E olhem que eles não deixaram de gostar de futebol. É só ver a alegria que demonstram ao participar de alguns jogos beneficentes nas férias. Parecem outros.



O resto do pacote é que enjoa, entedia.

Não deve ser fácil!



Em tempo: Como vocês já perceberam, este texto acima foi escrito antes do jogo Cruzeiro 1 x 2 Estudiantes. E mais uma vez os mineiros entraram na conhecida catimba dos argentinos, se enervaram e não jogaram nada. Quando é que os times brasileiros vão aprender a lidar com a catimba argentina? É a pergunta que não quer se calar...



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