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Artigos-->Das coisas que acontecem entre atacantes e defensores! -- 23/07/2009 - 08:43 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Das coisas que acontecem entre atacantes e defensores

Carlos Claudinei Talli



Quando um atacante chega em condições de finalizar, próximo à meta adversária, a tendência dos zagueiros é tentar calçar com um dos pés o chute. O outro pé, fatalmente, tem que permanecer no chão para manter o apoio de todo o corpo. Por isso, este é o chamado ‘pé de apoio’.



A arma usada pelo atacante para se livrar dessa ação do defensor é, em boa parte das vezes, cortar – driblar – na direção do pé de apoio, e, com essa iniciativa, inevitavelmente ficar sem qualquer marcação para poder finalizar. No jargão futebolístico isso significa pegar o adversário no ‘contrapé’.



Em outros comentários anteriores salientamos de uma maneira enfática, a importância de os atacantes aprenderem a finalizar com os dois pés. E esse aprendizado é simplesmente uma questão de treinamento.



Pois bem, com o desenvolvimento desse fundamento - chutar com os dois pés -, o atacante potencializa ao máximo essa jogada acima mencionada, feita em cima do pé de apoio do zagueiro. Ele, simplesmente, ganha a possibilidade de driblar para os dois lados, e isso faz uma diferença enorme, pois lhe confere uma vantagem definitiva. Senão, vejamos:



Normalmente, o defensor, erradamente, se posiciona de frente para o atacante, e tenta executar o calço acima referido. Essa atitude facilita a vida do dianteiro, pois ao executar o corte em direção ao pé de apoio do zagueiro, ele fica com o lance todo para si deixando o seu adversário irremediavelmente batido. E, se ele souber chutar com os dois pés, então, ele duplicará sua chance de pegar o defensor no contrapé.



Então, qual é a opção do jogador de defesa para evitar que essa jogada de ataque dê certo?



Pode até parecer uma heresia o que vai ser afirmado a seguir, porque no meio futebolístico parece um dogma a frase: ‘um bom zagueiro nunca deve dar as costas para o atacante’. Porém, usando-se o bom senso, num lance desse tipo, deve-se, sim, sempre tentar o calço dando-se as costas para o avante.



Agindo desse modo, o jogador de defesa poderá, mesmo que tenha sido pego no contrapé, olhando por cima do seu ombro, girar o corpo sobre o seu pé de apoio e continuar na jogada tentando bloquear mais uma vez, com o mesmo pé, agora de frente para o lance, a finalização do atacante. Em resumo, o defensor teria duas chances de evitar a conclusão da jogada.



No entanto, mesmo que o zagueiro se comportar como acima sugerimos, ele poderá ficar irremediavelmente batido se o atacante tiver habilidade suficiente para dar dois cortes seguidos no seu pé de apoio, um para cada lado. Mas, aí, nenhuma falha deve ser atribuída ao jogador de defesa. Méritos totais para o avante que se mostrou extremamente talentoso.



Outro lance que diferencia um bom zagueiro - ou mesmo um bom volante – de um ‘cabeça de bagre’ é o seu senso de antecipação na jogada. Talvez essa maneira de jogar seja a mais difícil de se encontrar entre os jogadores de contenção, e aquela que exige maior quociente de inteligência. Só os grandes jogadores dessas posições a desenvolvem, e por isso se diferenciam dos demais.



O jogador tem que ter uma noção exata de tempo e espaço, pois é uma jogada de alto risco. Ele deve intuir para quem a bola será passada. Se ele errar o cálculo, muitas vezes o adversário fica em condições de realizar um contra ataque fulminante ou mesmo de marcar o gol, se estiver próximo da área contrária. O defensor deve ficar numa posição intermediária que possibilite sair para a antecipação, se o que previu acontecer, ou voltar imediatamente para a marcação, se a sua intuição não se concretizar. É o tipo de jogada digna somente dos grandes craques da contenção.



Esses dois lances de marcação, saber enfrentar o atacante que tenta pegar o jogador de defesa no contrapé e ter a capacidade de antecipação quando o time adversário está com a posse da bola, em nossa opinião, são as duas jogadas emblemáticas que mostram com exatidão se um zagueiro – ou um volante – pertence à nobre estirpe dos grandes defensores.



Agora, vem a pergunta que se torna obrigatória. Existiram – ou existem - jogadores que possuíram essas duas características?



Imediatamente me vêm à mente seis nomes que tinham como marca registrada essas duas qualidades. Beckembauer, Falcão, Baresi, Bob Moore, Luis Pereira e, o ainda jogador em atividade, Gamarra. Todos eles foram jogadores “foras de série”. Os três primeiros, inclusive, por jogarem de volantes, quando recuperavam a bola, geralmente através de antecipações brilhantes, iniciavam jogadas de contra ataque que muitas vezes eram mortais. Os outros três, por serem zagueiros, mais raramente puxavam essas jogadas. Mas, nem por isso deixaram de ser jogadores excepcionais. Gamarra, inclusive, passou um campeonato brasileiro inteiro e uma Copa do Mundo sem fazer uma falta sequer, jogando apenas na categoria. E foi campeão brasileiro! E também considerado o melhor zagueiro do mundo na Copa de 98!



Justamente por causa de jogadores esplêndidos como os acima lembrados, é que causa pena ver a mediocridade que extravasa nas atuações dos inúmeros brucutus de contenção, que recheiam as escalações dos principais clubes mundiais da atualidade!

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