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Cronicas-->Ausência -- 18/06/2002 - 20:37 (Daniel Amaral Tavares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O vento soprava forte, tão forte que chegava a fechar meus olhos. A sensação contudo era deliciosa, ali, na avenida à beira-mar, onde eu estava à espera do ónibus... A tarde dava lugar pro céu de um azul mesclado em tons de infinitos azuis, uns mais escuros, outros nem tanto. Um espetáculo!

Não sei exatamente em que instante saí completamente do ar. Sabe como são esses offs que parecem te transportar pra um lugar distante, só com seus pensamentos, memórias e fantasias? Chamo isso de sonhar acordada. Nem sempre esses pensamentos nos remetem a algo real. No meu caso por exemplo, me peguei sonhando com personagens que nem sequer sei quem são. Estava completamente ausente. Ao mesmo tempo que estava de certa forma inconsciente, pensava coisas do meu dia-a-dia. E ainda podia sentir o vento, apesar de não mais ouvir qualquer barulho ou de ver as luzes ao redor.

Podia flutuar, ir a Paris e voltar, dar um pulinho no Canadá, ver amigos que não via há tempos, entrar no mar, voar pra qualquer lugar. Acompanhada pelo vento que me soprava a cara toda, balançava meus cabelos, e me acarinhava a pele. A viagem era uma loucura. Me fazia um bem como há muito não sentia. Mergulhei intensamente naquele momento.

De repente, fui acordada de meu refúgio com um cutucão impaciente. Uma senhora baixa e gorda me perguntava sobre alguma coisa. Só conseguia ver seus lábios se mexendo. Não ouvia uma palavra sequer e diante da minha cara inexpressiva, ela foi cutucar outro. Olhei em volta e me localizei no ponto de ónibus. O relógio da rua marcava 18:55. Me dei conta que já estava ali há 50 minutos. Perguntei a um garoto sobre meu ónibus e ele me informou que já haviam passado dois. Depois sorriu sozinho, estranhando a pergunta e imaginando, penso eu, que se tratava de uma louca.

De volta ao mundo, continuei desfrutando do vento forte que me arrepiava o corpo. Voltei pra casa ainda distante, amarrada a pensamentos vagos, viajando por entre delírios meus. E pensando em escrever sobre isso. Agora aqui estou, relatando o que acaba de acontecer. Já são 19:20.

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