Violada.
Como um ser repugnante que se retrata numa virgem.
Falsa ela, por não sentir sua realidade.
Prometida a vossos olhos numa falsa moral.
Absurda, onde se elevam montanhas de dor e sofrimento.
Salva-se apenas por sua submissão, nefasta e mesquinha
Como todos que dela se originam
Rodeada de um frio dilacerante
e realidade relativa a sua inconsciência
Sabedoria morta,
como uma simples facada no seu corpo viçoso e doce,
Sangrando como seu temeroso ódio
que nasce como flores nos seus olhos
Suicida, a partir de sua medíocre mente,
induzida a se deixar levar por essa hemorragia de pensamentos
Sendo apenas o não existir em seu mundo,
trazida a uma zona de temor e doença.
Dança de sua própria morte,
A espera de uma certeza irreal e vaga
Sem luz, sem calor, a solidão a espreita de uma porta
Infinita, por não saber ao certo o que se espera
Dolorosa, por trazer choro
a criança indefesa e morta dentro de seu interior.
Julgamento sem lógica ou pudor,
Sem moral, vivendo nessa teia de destinos.
Marilha Neves
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