Não se sabe se é tanto,
o quanto mais se tem dessa existência.
Quer se aproveitar um infinito de errantes sensações.
Se olha, mas não se vê as formas, as cores,
as vidas que rodeiam nossas almas em putrefação.
Encobertas de ilustres sentimentos
e com máscaras de horror pelo não conhecimento.
Divididos pelo gozo, pela lua que almeja o luxo da noite.
Negra , e por onde nossas almas brincam com nossos vermes intestinais.
Embriagados com o perfume barato de flores ,
como por debaixo das saias das putas de um bordel.
O fluido do riso suga sua consciência,
te dá vertigem do sepulcro vivente,
arranca as sogas de tuas entranhas,
mostra a hilante perversão de teu interior,
te entrega aos mais degustosos pecados,
te espreita por trás da porta.
As luzes estufam-se estreladas,
se multiplicam aquelas formas antes esquecidas,
os mistérios se tocam, e se mesclam as nuas cores.
As curvas, intenso mar de luxúria.
Roga-se ao nunca para que não tenha fim.
Os cheiros que exalam de uma única fonte de sedução.
Deflore sua carne,
é debaixo de suas saias que se esconde sua vergonha,
Foram por esses mesmos seios
que crias sugaram algum fluido de vida.
A adoração de sua carne, a doença do sexo.
O término do pecado, que te inebria a mente, te entrega aos lençóis.
Acorda! Sente a confusão de teus pensamentos
E me deixa concluir esta fábula diária.
Emerge enojosa agonia castuária
Repassar-lhe o niquel
para o pagamento da fornicável.
Mirando uma noite de lua em putrefação.
Marilha Neves
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