Alguns amigos partiram pra longe e não deram mais notícias. De muitos, confesso, não me lembro mais, a não ser em rápidos flashes. Muitos não se lembram mais de nós, nem mesmo em tais flashes. Mas não sofrem eles nem sofremos nós a dor de uma saudade. Acontece.
Alguns partiram e não se deixaram vencer pela distância. Continuam tentando – e conseguindo! – manter viva a velha e preciosa amizade. Destes, algumas vezes me esqueço, mas apenas em rápidos lapsos de memória. Alguns não nos esquecem por um instante sequer. Sofrem eles e sofremos nós a dor da ausência. Mas, incrível, faz bem!
Alguns não partiram para muito longe, mas fecharam-se como ostras e calaram a voz da antiga amizade. Tornaram-se ilhas e arquipélagos inatingíveis... e parecem não se incomodar com isso. Talvez até nem sintam a mesma dor que nos fere o peito quando lembramos os antigos risos, o calor dos abraços e todo sabor daquele convívio. Mas... por quê? Sabe Deus...!
Algumas amizades estão começando agora. Com o tempo, talvez ganhem as estradas, o mundo, quem sabe... Daqui a algum tempo, talvez tenham-se tornado um pretérito-mais-que-perdido... Mas algumas, com certeza, estarão ainda presentes, apesar do distanciamento no tempo e no espaço, regando com carinho todas as sementes de esperança...
29/11/2001
Luiz Antonio Decottignies
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