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Poesias-->Desesperança -- 24/10/2002 - 23:25 (Renato Souza Ferraz) |
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Desesperança.
Há cinco anos
Ilusões transitórias foram-nos vendidas.
Cada dia que passa,
A farsa vai se mostrando mais claramente
Sua coesão é nada mais que a de um monte de areia.
O povo invadido por uma depressão
Agonizante que o atormenta,
Não sente os efeitos da ação dos que
Nos governam.
Há um marasmo na vida das pessoas,
Inquieta pela desesperança
E pela falta de rumo
De um governo em que
Ora ninguém manda, ora todos mandam...
O pessimismo está na ordem do dia
Com tanta falta de emprego
Contra um louquaz apregoamento
De reformas que os garantiria dias melhores...
Parece até que Kosovo é aqui!
Os que deviam nos dar exemplo de civismo
Se degladiam inconformados com as benesses do poder.
Brigas entre aliados de um mesmo governo
Que parece mais um caldeirão de atrocidades,
Somam-se às brigas entre poderes
Na maior falta de respeito ao povo
O sistema de governo que nos domina
Não nos representa,
Não consegue resolver nossos anseios.
O poder que nos domina
Também nos abomina .
Há a cada dia que passa um fosso,
Um abismo entre o povo
E os que nos governam,
Ameaçando os alicerces da democracia
Afinal que democracia é essa
Que só fala e faz a linguagem dos poderosos?
Na vida basta querermos e conseguiremos
Mas nem sempre queremos...
Precisamos reagir, exigindo nossos direitos,
Canalizar a insatisfação do povo,
Conseguir reformar politicamente o estado,
Responsável por todas as mazelas que nos atormenta.
O governo a cada passo que dá é engolido
Pelo poder econômico dominante
Ameaçando nossa soberania
Leiloando nosso suol através de cartas marcadas.
Nesta grande nação,
Ricos deveriam pagar impostos,
Poderosos não deveriam ficar impunes
E políticos precisariam obedecer às leis
Sem redistribuição de renda não iremos a lugar algum...
Com tanta privação, tanto sacrifício em vão
Entraremos na nova era com o maior déficit da História contemporânea
De uma nação
Estamos já mergulhados na maior dívida que pode existir no mundo
Em nome de uma liberalidade tamanha
Que só benificia aos de sempre...
A justiça social é-nos um direito que urge.
Com remédios envenenando
O bolso de um povo cada vez mais doente
Planos de saúde como artigo de luxo
Aposentadorias tão desiguais
Escolas como supérfluo
Consideradas até como mordomia
Como poderia o povo estar satisfeito?
O país é continental
Mas sua língua sempre foi única
O que não justifica manter um território exclusivo
Para as benesses do poder
Nem procurador que deve representar o povo
Perante a justiça
Estar sendo procurado por ela por puro abuso de poder
O governo é frio, insano, insensato, perverso
(E por que não dizer tirano?)
Com o povo que o elegeu
Mas benevolente com banqueiros
Com laboratórios de remédio
Com montadoras e uma mídia complacente
Que compactua com suas atrocidades.
Aqui quem denuncia é punido!
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