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Artigos-->A melancólica transformaçãoda UNE -- 03/08/2009 - 09:10 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MELANCÓLICA TRANSFORMAÇÃO DA UNE



Autor: Murilo Augusto De Medeiros



Correio Braziliense - 01/08/2009



É profundamente melancólica a transformação da União Nacional dos Estudantes (UNE) numa entidade destituída de todo o senso crítico para aliar-se incondicionalmente ao governo, mediante escancarado fisiologismo e polpudas verbas públicas. Desde sua criação na década de 1930, a UNE tem participado de forma ativa do debate político no país. Basta lembrar o barulho ensurdecedor que os estudantes da UNE faziam no passado contra o governo, quando o PT ainda era oposição. O caso dos caras pintadas pedindo o impeachment do presidente Collor representa excelente exemplo. Mas, agora que o PT é governo, a UNE passou a omitir todos os escândalos que abalam as estruturas políticas da atual administração.



A UNE, pelo visto, não condena a corrupção do governo quando consegue lucrar com as próprias atitudes passivas. Como os jornais mostraram, a UNE recebeu quase R$ 1 milhão de órgãos públicos federais para realizar seu 51º Congresso, sendo R$ 100 mil da própria Petrobras. Diante dessa fartura de recursos, é de duvidar os verdadeiros interesses dessa organização estudantil, pois mostra não seguir princípios e valores imparciais diante dos debates sobre o desenvolvimento do Brasil e da juventude.



A independência da UNE parece ter acabado desde a primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. A entidade está impregnada de ideologias que remontam aos tempos do muro de Berlim. Atualmente, o movimento estudantil mais parece braço dos partidos de esquerda mundiais, pois é de estranhar que a UNE tenha abandonado o espírito crítico que sempre marcou suas atividades para tornar-se instrumento de apoio aos interesses do governo petista.



Infelizmente, com a chegada ao poder do PT, a UNE deixa de lado suas duras críticas ao governo e adota um constrangedor silêncio em relação aos escândalos de corrupção. Nenhuma palavra contra os infindáveis escândalos políticos. Nenhuma palavra contra a nova e estranha amizade entre Collor e Lula. Onde estão aqueles jovens com caras pintadas? Trocaram as tintas por óleo de peroba estragado? Nada da UNE sobre os escândalos envolvendo a Petrobras, uma das principais patrocinadoras dos possíveis escândalos do governo. Ao contrário: defender a CPI para investigar a corrupção na estatal passou a ser coisa de “capitalistas selvagens”.



A verdade é que muitos jovens percebem desde cedo que há no Brasil um futuro promissor para estudantes que trocam o estudo pelos discursos sensacionalistas. Em vez de se dedicarem arduamente aos estudos e depois competirem no mercado por um emprego produtivo, esses jovens pensam que pegar microfones durante as aulas e condenar as injustiças do sistema capitalista e dos grandes empresários, gritando bravatas e oferecendo soluções utópicas, costuma trazer recompensas melhores e mais rápidas. Mas é preciso reconhecer que os tempos mudaram. As relações econômicas se transformaram. Não somos mais aquela juventude com um ideal na cabeça, uma barbicha no queixo e um fuzil na mão. Não pretendemos lutar por triunfantes revoluções; desejamos estabilidade no emprego e o fortalecimento das instituições democráticas.



Portanto, A UNE dá péssimo exemplo para toda a juventude brasileira que deseja a construção de um Brasil mais independente das forças do Estado. Pergunto: por que batalhar duro para criar riqueza, quando basta colocar uma camisa vermelha e gritar chavões socialistas para adquirir recursos procedentes do governo? É análogo ao que se passa no campo com o MST. Em vez de trabalhar pesado sob o sol nas plantações, os camponeses aprendem rápido que basta pegar uma foice, colocar um boné vermelho e invadir propriedades alheias para que o governo libere verbas milionárias para o movimento.



A lamentável verdade é que a UNE tem contribuído para essa situação por meio de doutrinação ideológica dos estudantes. Precisamos de autonomia para pensar e criar, pois a democracia que temos e a democracia que queremos dependem sobretudo de nós e da nossa participação com novas ideias para o crescimento produtivo do Brasil e dos brasileiros. Seria o caso de questionar: quais estudantes a União Nacional dos Estudantes (UNE) realmente representa?





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