Usina de Letras
Usina de Letras
23 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62275 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10382)

Erótico (13574)

Frases (50664)

Humor (20039)

Infantil (5454)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140817)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6206)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Que coisa! -- 24/08/2009 - 22:19 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O volante Ernanes, craque do Campeonato Brasileiro de 2008, no início do ano apareceu em 1º lugar numa lista de jogadores promissores para o ano de 2009, elaborada pelo jornal inglês ‘The Times’. Depois dessa notícia, o seu vistoso futebol foi minguando, minguando... Agora, como ele voltou a jogar bem, se tornou extremamente atual aquele artigo publicado em 09/02/09, neste mesmo espaço. Por isso, vamos a ele novamente.



Que coisa!

Carlos Claudinei Talli



Desde meados dos anos 1950, eu sempre prestei muita atenção à maneira de jogar de alguns atletas, naquela época denominados centromédios, jogadores elegantes e taticamente perfeitos. O centromédio e o meia-armador compunham o meio de campo da equipe. Somente os dois. Era um tempo em que o ataque contava com cinco jogadores: um ponta direita bem aberto; um ponta de lança (hoje meia-ofensivo); um centro-avante; o meia-armador, responsável pela criação no meio de campo e também com função ofensiva; e um ponta-esquerda, beirando a linha lateral esquerda.



A principal qualidade daqueles centromédios ‘à moda antiga’, além da apurada técnica e da organização tática da equipe, sempre foi uma liderança natural. Raramente o líder era um jogador de outra posição.



No Santos do inicio da minha adolescência, um pouco antes do surgimento do fantástico Pelé, e por mais dez longos anos, o volante Zito foi o protótipo desse tipo de jogador. Dava gosto vê-lo jogar. Talvez tenha sido o maior líder de todos os tempos no futebol brasileiro e mundial. Ele não gostava de perder nem jogo de botão na concentração.



No Corinthians me encantava o Roberto Belangero, que esbanjava categoria com o seu toque refinado, ao lado do Luizinho Trujillo, ‘o pequeno polegar’.



No Palmeiras, os que se destacaram foram Zequinha, na 1ª academia, e o Dudu, na 2ª. O primeiro, mais técnico; o segundo, mais líder. Uma boa parte do sucesso daqueles dois times sensacionais se deveu ao futebol solidário daqueles dois excelentes jogadores. Quem não se lembra das duplas Zequinha e Tupãzinho, Dudu e Ademir da Guia.



Já no São Paulo, ninguém jogou mais que o monstro sagrado Dino Sani, uma verdadeira lenda na arte de jogar futebol. Ele não precisava gritar nem esbravejar, pois o seu futebol refinado comandava por ele. Foi muito justo o grande Zizinho, em 1957, ter praticamente encerrado a sua esplendorosa carreira no São Paulo, com o título paulista, ao lado de Dino Sani. Um merecia o outro. Inclusive, acredito que Dino Sani tenha sido o precursor dos grandes volantes modernos tipo Beckembauer, Baresi e Falcão.



Aliás, esses três últimos ultrapassaram todas as medidas. O grande Kaiser e o Rei de Roma tinham praticamente as mesmas características. Faziam a proteção da defesa, mas freqüentemente se projetavam ao ataque com a eficiência de um meia-ofensivo. No conjunto da obra eu dou uma pequena vantagem para o alemão. Inclusive, quando fiz a minha seleção mundial de todos os tempos, ele foi o escolhido.



Já Baresi, naquele Milan formidável de Rijkaard, Donadoni, Gullit e Van Basten, era um verdadeiro líbero. Mas, que líbero! Ele acabava com os ataques adversários somente com o seu extraordinário senso de colocação. Raramente fazia faltas. Só jogava na antecipação. Guardadas as devidas proporções, me lembrava muito aquele Gamarra dos tempos de Corinthians, que foi uma unanimidade nacional.



Curioso, os nomes desses sensacionais centromédios ‘à moda antiga’ me vieram à mente quando assisti às últimas apresentações deste menino de ouro do São Paulo chamado Ernanes. Que ‘baita’ jogador! O desabrochar de um volante tipo Beckembauer ou Falcão é apenas uma questão de tempo. Há muito eu não via uma coisa igual.



O garoto tem personalidade - é só ouvir as suas declarações diferenciadas após as partidas -, sempre olha o jogo de cima, e, pasmem, é ambidestro! Ele dribla com a direita e com a esquerda com a mesma facilidade, e vira o jogo como poucos, com os dois pés. Agora ainda deu pra bater faltas com maestria. Vocês querem mais?



Eu posso me enganar, e isso acontece com freqüência, mas há muito tempo não via uma coisa igual!



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui