Ando pelas ruas...Quantos caminhos meu Deus!
Quantas pessoas atrás de um futuro, quanta loucura.
São seres robotizados? Não vejo sentimentos, não vejo o brilho dos olhos do passado.
Pergunto-me se já não me encontrei com algum deles,
Se já não se cruzaram os olhares por uma só vez,
Um instante apenas.
Somos os injustiçados do universo, do infinito.
Por que dois olhos para se ver tudo o que existe
E apenas um coração para sentir?
Por que dois ouvidos e uma só mente?
Procuro respostas, quantas existirem, quantas restarem...
Sou homem de rua, só devo explicações a Deus.;
Sou o anti-herói, só penso na minha salvação.;
Migalhas são muito para quem não pensa grande.;
No fim de tudo sou a mistura das partes ignoradas do ser humano.
E o amor, onde se encaixa meu Deus, nesse meu corpo ferido?
Já ouvi que fui amado muitas vezes
E da multiplicação dessas vezes o resultado foi sempre o mesmo: Nulo!
Amaram minha fama e a fama ficou pelo caminho
E as amadas foram procura-la.
Meus amigos nunca me conheceram realmente.;
Velhos amigos, novos amigos e os que ainda estão por vir,
Nunca enxergaram a máscara que eu sempre usei,
Que as vezes desconfio ser mais verdadeira que o meu próprio rosto.
Chorei suave, chorei com raiva,
Lagos e lagos já se formaram pelas minhas lágrimas.
Mas de que adianta tudo isso
Se o Sol ainda está em seu lugar?
E as estrelas logo reaparecerão?
E ainda tenho sobre meus ombros o desespero das eras que vivi,
Acalentando o sonho de liberdade
ue vai, vem, vai e vem e que nunca Senhor,
Nunca meus olhos puderam ver e a minha carne sentir!
Enquanto o mundo gira
Sobrepondo o tempo, as horas e meu sofrimento.
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