Se o chamarem para algo,
faça outra coisa.
Se o ensinarem a ser cidadão,
aprenda a roubar bancos.
Se o criarem para cuidar de suas posses,
seduza suas filhas,
deturpe sua linhagem,
gere semi-deuses.
Se o empregarem para lavar carros,
crie a nova teoria da física quântica.
E se o fizerem burocrata,
num escritório empoeirado,
numa cadeira de canto,
onde o sol bate,
mas não esquenta,
crie o novo paradigma da poesia,
usando gelo e não nuvem,
e o desespero calmo,
de quem sabe que nada à ver. |