Por trás de cada verso ou aforismo,
De cada milimétrico poema
Há sempre uma alma e um abismo.
Há sempre um poeta atrás da pena.
Que abre-se com tal sinceridade
Legítimo, ainda que em mentira
Pois cria sobre a realidade,
Mas trata com verdade a fantasia.
E eis que assim o faz tão habilmente
Que já não se define, certamente,
O imaginado e a andar por onde.
E assim por invenções tão desvalidas
Dilui as verdades de sua vida.
Revelando-se é que ele se esconde.
Rogério Penna
out. 2002 |