O vento soprava forte dentro da noite
E o céu envolto em silêncios dispersos
Empurrava-me à força o sono, o sonho, o mistério...
Como que por magia abri os olhos, tonto
Sentindo-te na distância que se perdia além.
Vinhas vestida de branco e teus cabelos negros
Confundiam-se com o fundo que te envolvia,
Teus olhos jorravam uma luz, eram duas estrelinhas teus olhos!
Tua boca clamava meu nome e era como um eco que invadia meu corpo.
Ó deusa, onde estavas? Em que concha do tempo te escondias?
Fizeste do meu tempo um campo de batalhas sangrentas,
Onde quem, na ilusão sofreu e sangrou fui eu...
Preso ao sonho dos teus passos sempre a fugir.
Subi ao topo do mundo e me fechei em mim,
No casulo carnal das desilusões,
A te esperar incógnito, exceção, espaço entre certezas,
Por que só agora apareceste no meu sonho? Por que?
E foi no devaneio das dúvidas que abri os olhos e senti neles
A tua imagem materializada, já a meu lado,
Cheia de pecados, cheiros e manias...
Deusa dos meus pecados...Amor.
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