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Artigos-->O homem, este animal interessante -- 13/01/2002 - 13:41 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O homem, este animal interessante *



Silêncio! Nietzsche fala.





Nietzsche não utiliza nenhuma substância de outros filósofos para criar sua filosofia. Esta vem, antes de tudo, da contemplação do mundo e dos olhos filológicos, onde aplica nos estudos dos antigos.



A filosofia, para Nietzsche, assume grau de extrema seriedade, pois é uma visão com a qual o homem deve viver e não apenas uma simples aquisição intelectual. A filosofia é algo que se exige muita coragem, firmeza e prudência em todos os seus sentidos para observar a realidade de cima, ordenando os acontecimentos e restringi-los ao seu caráter inteligível.



O pensamento deste singular autor não é orientada por conceitos, sistemas ou visões de mundo, mas sim, por uma paixão. Paixão esta que o impele a buscar a existência em suas raízes, através de uma crítica constante na procura da verdade autêntica. Assim como Kierkegaard, Nietzsche também repele os sistemas, evita pensar por eles para pensar em termos de problemas, utiliza os sistemas da mesma forma que se vale das religiões, da política e da economia, mas sabe o quão hórrido podem ser estes sistemas quando tornam-se soberanos, deixando-se de serem meios para tornarem-se fins últimos.



Ao analisar o homem, Nietzsche não o descende da divindade ou do espírito, coloca-o, sobretudo, entre os animais - o mais forte e astuto deles. Entretanto, não considera-o como a coroa da evolução animal, sendo, na realidade, o mais enfermiço e deficiente, uma vez que se extraviou de seus instintos perigosamente. "Mas, com tudo isso, é também o animal mais interessante", diz o filólogo.



Para realizar-se o homem deve escutar a voz de seu eu, e cultivar sua natureza. Sua tarefa é a de fazer com que sua existência não seja mais um simples acidente sem significado, pois seu problema fundamental consiste em alcançar a verdadeira existência em vez de deixar a vida se reduzir a um simples acidente. "Consiste em reconhecer que nele se encontram reunidos a criatura e o criador; a matéria, o incompleto, o supérfluo, a argila, a lama, o absurdo, o caos, mas também o sopro que cria, que organiza, a dureza do método, a divindade do visionário" (NIETZSCHE).



Para se alcançar a verdadeira existência basta ouvir a voz da consciência que diz constantemente para tornamo-nos aquilo que somos, fazendo o que sempre quisemos, afirmando-nos. O maior valor do pensamento de Nietzsche talvez tenha sido o de encarar o verdadeiro espírito filosófico, procurando-o em si e nos outros. O ‘Bufão dos Deuses’ ensina-nos que nosso futuro encontra-se em nossa vontade e que somente dela dependemos para realizar grandes empresas e experiências, pondo fim à dominação do acaso e da História.





Taitson A. L. dos Santos



* Texto originalmente publicado em "Jornal de Piracicaba" - 14/09/2001.
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