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Cronicas-->Cinema -- 25/06/2002 - 00:19 (Márcio Salgues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cinema

Márcio Salgues

Cinema é um dos meus passatempos favoritos. Sou um quase-cinéfilo. Quase, porque afinal não sou afinado como um Rubens Ewald Filho, mas chego a dar meus palpites e escrever pequenas críticas sobre os filmes que assisto, ao menos um por semana. Mas além dos filmes, acho que as salas de cinema também merecem severas críticas e, como frequentador assíduo que sou, sinto-me imbuído do dever imprecatório de questionar tudo aquilo que considero absurdo e abusivo.
As salas dos Multiplexes trouxeram muitos aperfeiçoamentos em comparação com as antigas salas, mas ainda deixam muito a desejar. De todos os problemas, o pior de todos é a invasão selvagem de propagandas antes da exibição do filme em cartaz. Por exemplo: antes de assistir ao Homem-Aranha fui obrigado a engolir vários sapos. Sete para ser mais exato. Começou com uma propaganda de uma gosma não sei do que para passar nos cabelos da Seda. No filminho uma mulher sempre se atrasa na hora de sair por causa de uns fiozinhos de cabelo que se espetam de repente. Como se esse fosse o único motivo de atraso das mulheres. A tal gosma promete resolver esse problema; depois um sujeito à la Bad Boy num beijo tórrido com uma garota à la ninfeta sedutora; o motivo do beijo: drops Ice Kiss. Não conheço ninguém que tenha conquistado uma garota por meio de um drops; aí entra o Denílson falando sobre a transmissão da Copa pelo portal Terra para o E.T. mascote do Terra. Não deveria ser o inverso? Produtos de beleza ecológicos da Natura; em seguida um homem é colocado, por duas modelos-enfermeiras, dentro uma Pajero numa trilha off-road, sob a direção de um piloto com cara de louco, enquanto suas funções cardíacas são monitoradas. Após muitos sobressaltos, seus batimentos cardíacos estão normais. Ou seja, o cara deve ser gay. Permanecer normal ao lado das tais modelos-enfermeiras... Sei não. Vem então o "Red Bull te dá asas!" e finalmente uma aranhazinha motorizada fugindo em alta velocidade de uma lagartixa por entre móveis, quando numa curva, uma derrapada e nhack! A lagartixa come a coitada (no bom sentido claro!). Tudo porque não usava pneus Goodyear. Inadmissível. Foram dez minutos que poderiam ser gastos com a exibição de trailers de outros filmes. Paguei, caro, para assistir propaganda. Eu quero cinema oras! Lógico que existe o merchandising embutido nos filmes, mas esse estou disposto a assistir.
Além da questão do excesso de propagandas há ainda outros problemas. Estava acostumado a sentar-me minutos antes de iniciar-se a projeção e escutar Vivaldi, Beethoven ou Mozart. Aos poucos eles estão sendo substituídos por uma voz irritante de narrador de rodeio anunciando as pipocas, também caríssimas, que umas funcionárias passam vendendo em um carrinho pela sala.
Outro detalhe, herdado ainda das antigas salas e mantido é o dos braços das poltronas. São melhores que os anteriores é verdade, pois dispõem de porta-copos, mas ainda existe a questão da disputa para se apoiar os braços, sobretudo quando a sala está lotada. Considerando uma fileira com dez poltronas, temos apoio para apenas onze braços, com isso temos que esperar o desconhecido ao lado distrair-se para apropriar-se do apoio. Mais difícil ainda é conseguir apoiar ambos os braços. Talvez a sala tenha sido projetada apenas para pessoas com um braço. Nesse caso temos que exigir uma cota mínima de poltronas para indivíduos portadores de dois braços. Aliás, a Justiça brasileira ultimamente tem se mostrado favorável a essa questão de se estabelecer cotas mínimas. Para aqueles que vão ao cinema para namorar, os braços das poltronas, que não são móveis, também são um empecilho impedindo que o casal se aconchegue melhor. Se bem que cinema não é lugar para se namorar. Existem lugares mais interessantes para isso. É que no "in-consciente" masculino funciona como uma preliminar para o motel, fornecendo argumento às mulheres-macho autodenominadas feministas, que afirmam que a maioria de nós homens não entende nada de preliminares. Mas isso é outro assunto. No mais, a infra-estrutura é boa, com lixeiras, portas de saída largas para casos de emergência e, de acordo com o que se anuncia antes do início do filme, existe uma brigada de incêndio a postos - que ainda não vi. Qualquer dia desses, quem sabe, eu ateie fogo numa poltrona, a título de treinamento e cronometre o tempo de ação da tal brigada. Por fim os preços são abusivos. O preço das entradas é exorbitante, bem como as pipocas e refrigerantes. Que fique registrado: jamais pagarei seis reais por um copo de refrigerante e um saco de pipocas! Nada justifica os preços cobrados nos nossos cinemas.
Para encerrar exorto-os a todos vocês, os cabeçudos e cabeçudas, mal educados e porcalhões que também compartilham comigo as mesmas salas a desligarem definitivamente seus celulares, a não jogarem lixo no chão nem deixarem chicletes Babaloo mastigados nas poltronas como o que ficou grudado na minha calça.


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