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Poesias-->Medo de quê? -- 02/11/2002 - 12:40 (Bruno Rodrigo Cunha Rodrigues) |
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O líquido ainda escorre
Por todo o meu corpo
E já não é mais vermelho
Chove sangue em toda parte
E não sei mais onde me esconder
Todos meus pilares estão ruindo
E um deles me apontou
Me mostrou um Câncer
Meu Câncer baixinho e gordinho
Que pude arrancar antes
Antes que ele crescesse
Às vezes minha face queima
Quando penso que tudo apodrece
As pessoas podem fazê-lo também
Os sustentáculos da vida
Não servem nem mais para isso
É preciso mudar
Arrancar o peso
Transformar o olhar
Não é possível continuar
Não mais carregando os outros
Posso estar sozinho
Mas meu sangue circula
Apenas dentro de mim
Nunca interrompendo outrém
Sempre que for preciso
Arrancarei meus membros podres
Por mais debilitado que fique
É minha forma de sobreviver
À toda essa rede de ódio
De me manter ereto
Porque se rebaixar a fugir
Seria desistir de viver
Não fuja da verdade
Cedo ou tarde ela vai te pegar |
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