Hei de querer-te assim, entre outras tantas
Não só por tuas prendas conhecidas.;
Só vistas qualidades, muitas santas.
Só tu, em teus defeitos, és querida.
Querer-te pela tua impaciência,
Por este teu mau-humor sempre latente,
Por tua conhecida incoerência,
A tua indecisão me faz contente.
Querer-te é aceitar convulsos prantos
Teu gosto pela má literatura,
Qualquer de teus ciúmes sem espanto.
Hei de querer-te toda, inteirinha,
Pois só por tua loucura e tua ternura
Que és única, que és linda, que és minha.
Rogério Penna
out.2002 |