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Artigos-->Os craques geniais! -- 05/10/2009 - 00:26 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os craques geniais

Carlos Claudinei Talli



Craques geniais são aqueles que, independentemente de aptidões físicas excepcionais, enxergam o futebol com os olhos da inteligência. Participam de uma partida de futebol como um enxadrista pensa o seu jogo. Visualizam vários lances na frente e, por isso mesmo, parece que suas jogadas têm alguma coisa a mais. Enfim, eles sempre têm uma carta escondida na ‘manga da camisa’.



Inclusive, o blefe é um dos artifícios mais usados por esses grandes jogadores. Freqüentemente eles induzem os adversários a pensar que vão executar um determinado lance, quando, na realidade, em suas mentes, o contrário já está delineado.



A virada de jogo é uma das suas jogadas preferidas. Eles puxam a maioria dos jogadores do time contrário para um lado do campo justamente para propiciar a inversão da jogada para o outro, e, geralmente, colocam um ou mais companheiros sozinhos na cara do gol. Inclusive, para que esse lance se concretize, o lançamento longo e preciso é uma de suas armas mortais. O incrível holandês Johan Cruyf talvez tenha sido o jogador que mais usou esse artifício. Na Copa do Mundo de 1974, ele até abusou – no bom sentido – desse expediente, criando o magnífico ‘carrossel holandês’



Outra peça importante desse quebra-cabeça, que é a maneira de jogar de um craque genial, é a sua capacidade de, também no jogo curto, saber se desvencilhar rapidamente dos adversários, para em seguida executar o golpe fatal, que amiúde é o já citado lançamento longo ou uma enfiada de bola.



Uma jogada que refletiu exatamente essa última característica lembrada, e que me veio à mente no instante em que estava redigindo esses comentários, foi o lance magistral executado por Tostão, no único gol que nos deu a vitória contra a Inglaterra na Copa do Mundo de l970. Ele se livrou de três adversários, rapidamente, com dribles curtos, e, em seguida, num lance mais longo, colocou a bola nos pés de Pelé, numa virada de jogo sensacional digna de um verdadeiro jogador genial. Depois, todos viram o que aconteceu.



Outro atributo quase sempre presente num craque dessa categoria é a perfeição na cobrança de faltas. Essa qualidade deriva da capacidade que esse tipo de jogador tem para colocar a bola exatamente onde quer.



Alguns exemplos de craques geniais foram Zizinho, Cruyf, Gerson, Didi, Overath, Rivelino, Platini, Tostão, Dirceu Lopes, Bob Charlton, Ademir da Guia, Afonsinho, Dicá, Zenon, Mario Sergio, Ailton Lyra, Sócrates, Roberto Baggio e Zinedine Zidane. O Ronaldinho Gaúcho dos tempos do Barcelona certamente entraria nesta lista. Mas, agora... É lógico que existiram outros, porém, esses foram os que imediatamente me vieram à cabeça enquanto escrevia. Hoje, parece que essa é uma espécie de jogador em extinção.



Coincidência ou não, duas particularidades se destacam quando observamos esses craques geniais: foram jogadores fisicamente não muito fortes, alguns até lentos, e que jogavam, à exceção de Sócrates, Zico,Tostão e Ronaldinho Gaúcho, como meias-armadores.



Talvez a lembrança desses quatro jogadores tenha surgido porque, embora pontas de lança – meias-ofensivos, na linguagem de hoje –, muitas vezes eles assumiam a função de armar as jogadas. Por exemplo, na sensacional seleção brasileira de 1982, na ausência de um meia-armador autêntico, Sócrates e Zico, alternadamente, exerceram essa função de uma maneira magnífica.



Por isso mesmo me surgiu a idéia de incluir Zico nessa distinção de craque genial. Aliás, é só lembrar de duas de suas enfiadas de bola para criar um argumento irrefutável: aquela que possibilitou a Junior marcar o terceiro gol brasileiro contra a Argentina na Copa de 1982, e a que colocou Sócrates na cara do goleiro Zoff no primeiro gol brasileiro contra a Itália, naquele fatídico desastre do Sarriá.



Nessa mesma direção poderíamos pensar em Maradona como possível participante dessa lista, porém, todos os nomes aqui citados eram jogadores coletivos, enquanto que essa qualidade não fazia parte do repertório do virtuose argentino. Mesmo assim, devido à sua genialidade indiscutível, eu não poderia deixá-lo de fora.



No deserto de criatividade que é a marca registrada do futebol atual, é muito bom lembrar esses monstros sagrados que fizeram a alegria dos amantes do futebol-arte, durante tanto tempo.



Palmas para eles! E um muito obrigado...
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