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Artigos-->Os craques geniais! Parte II -- 05/10/2009 - 15:22 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os craques geniais - Parte II

Carlos Claudinei Talli



Observando bem os nomes que compõem a lista dos craques geniais apresentada na primeira parte deste artigo – Zizinho, Cruyf, Gerson, Didi, Overath, Rivelino, Platini, Tostão, Bob Charlton, Ademir da Guia, Afonsinho, Dicá, Zenon, Mario Sergio, Ailton Lyra, Sócrates, Roberto Baggio, Zinedine Zidane, Zico e Maradona -, notamos que, à exceção de Ademir da Guia, Dicá, Ailton Lyra, Roberto Baggio e Maradona, todos tinham aquela qualidade importantíssima para um time de futebol: a de serem líderes naturais positivos.



Os três brasileiros e o italiano eram excessivamente tímidos. Talvez esse tenha sido o motivo principal para que esses três estupendos jogadores brasileiros não tivessem tido as oportunidades que mereciam na seleção brasileira. E o genial argentino nunca foi um jogador coletivo.



Agora, vou complementar exatamente essa análise, a dos jogadores geniais que tiveram pouquíssimas oportunidades na seleção brasileira.



Mario Sergio foi outro craque exuberante e extremamente inteligente que também teve poucas chances na seleção brasileira. Eu não tenho nenhuma dúvida do porquê de ele ter sido preterido: o seu temperamento agressivo e a sua politização exacerbada que lhe conferiam uma liderança difícil de ser aceita. Porém, foi um jogador genial, espetacular.



Como Mario Sérgio, exatamente pelo radicalismo dos seus princípios, que o forçavam a não aceitar o comportamento dos dirigentes do futebol brasileiro, Afonsinho foi outro craque genial que praticamente foi banido do futebol pela defesa intransigente de suas idéias. Aliás, antes mesmo do belga Jean-Marc Bosman, foi o primeiro jogador profissional no mundo todo a conseguir passe livre. Essa sua ‘rebeldia’ foi a causa única de ele não ter sido aproveitado em seleções brasileiras, pois qualidades para isso ele as possuía de sobra.



Outro jogador brilhante e que, como os cinco anteriormente citados, também não teve o sucesso esperado na seleção foi o volante Zé Carlos do Cruzeiro. Ele era tão craque que, já em fim de carreira, fez uma dupla de meio de campo soberba ao lado de Zenon no Guarani de Campinas. Esses dois jogadores foram os principais responsáveis pela conquista do título brasileiro de 78 pelo clube de Campinas. E ambos exerciam aquela liderança natural positiva lembrada anteriormente.



Em relação a Zé Carlos e Zenon, a única explicação que encontro para que não tenham tido muitas oportunidades em seleções brasileiras foi o azar de terem sido contemporâneos de uma safra enorme de excepcionais meio-campistas. Durante a década de 1970 e início dos 1980 isso realmente aconteceu.



É só lembrar o meio de campo da seleção de 1970 – Clodoaldo, Gerson, Pelé, Rivelino. E Paulo Cesar Cajú no banco - e aquele de 1974 – Batista, Carpegiani, Rivelino e Paulo César Caju. E Ademir da Guia na reserva –. Para Zenon sobrou aquele da seleção de 1982 – Falcão, Cerezo, Zico e Sócrates, e, de quebra, Batista para qualquer eventualidade –.



Numa época de vacas magras, como a atual, certamente Zé Carlos e Zenon jogariam na seleção brasileira com um pé nas costas. Depois dessas reflexões, sou forçado a também colocar Zé Carlos, embora volante, na galeria dos craques geniais.



E como uma coisa puxa a outra, com a inclusão do volante Zé Carlos, principalmente por ter acompanhado de perto sua passagem pelo Guarani de Campinas, me vejo na obrigação de colocar nessa relação dois ‘monstros sagrados’, também volantes, porém esses, simplesmente, os dois maiores de todos os tempos no mundo todo: pela ordem, Beckembauer e Falcão.



Inicialmente, na minha cabeça surgiu a idéia de considerar craques geniais apenas meias-armadores, pois geralmente esses jogadores são os que apresentam como característica principal a inteligência. Porém, no desenvolvimento desse artigo foram surgindo alguns nomes de outras posições que também apresentavam como atributo fundamental a inteligência. Então, fui obrigado a incluí-los, aliás, com um prazer imenso.



Os dois últimos citados,Beckembauer e Falcão, inclusive, fogem completamente da regra de não terem o físico ideal, pois, nesse quesito, talvez só tenham perdido para o Rei Pelé e para o também fora de série português Eusébio. Aliás, como eu pude esquecer, até essa altura, desse fenômeno moçambicano, verdadeira máquina de jogar futebol. Talvez porque as suas características não o enquadrassem na categoria de craque genial. A explosão muscular – arranque – e a conclusão das jogadas eram o seu forte.



Vocês estão percebendo que se eu não parar de pensar, essa minha lista não vai ter fim.



Então, para encerrar, vou apenas atualizá-la, colocando aproximadamente em ordem cronológica os nomes: Zizinho, Didi, Bob Charlton, Gerson, Tostão, Beckembauer, Overath, Ademir da Guia, Rivelino, Cruyf, Afonsinho, Dicá, Zé Carlos – Cruzeiro e Guarani -, Mario Sergio, Zenon, Platini, Ailton Lyra, Falcão, Zico, Sócrates, Roberto Baggio, Zinedine Zidane e Ronaldinho Gaúcho enquanto esteve no Barcelona.



Em síntese: dezesseis meias armadores, três volantes, dois pontas de lança – meias ofensivos na linguagem moderna -, e, finalmente, dois jogadores totais. Dezesseis brasileiros e sete estrangeiros. Acredito que seja uma proporção justa, mostrando o tamanho da superioridade do nosso futebol.



Entre todos os lembrados, dou um destaque especial a Cruyf e a Sócrates, porque jogavam em qualquer lugar do campo com a mesma eficiência. Eram jogadores totais. Dependendo do momento do jogo, podiam se portar como excelentes defensores, brilhantes armadores ou atacantes sensacionais. Por isso os coloco um nível acima dos demais.



Uma última observação: acredito que dos jogadores estrangeiros colocados nessa ex-pequena lista dos craques geniais, todos eles, se fossem brasileiros, teriam vestido a camisa da nossa seleção. Não correriam o risco de não serem convocados, simplesmente porque naquela época não existiam os famosos técnicos ‘professores’ – leia-se ‘inventores’ - da atualidade.



Para encerrar mesmo, apenas um lembrete: o Rei Pelé não participou dessa nossa lista porque é ‘hour concurs’.



O seu futebol, simplesmente, era de outro planeta!



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