Meus amigos bem chegaram
Sentaram sem quê, despistaram.
Breves cumprimentos,
Mãos dadas ao centro
Da mesa de um bar.
Vieram me falar
Que a vida não pede licença
Que ausência de dor,
É ausência de amor.
Não que fossem filósofos,
Mas uma cumplicidade rondava-nos.
E aos pouco, calado
Escutava desfilar
Tantas amantes,
Mulheres de todas as saias...
Um menino órfão dentro de mim
Olhava-se no tempo
Curvado na madrugada.
Eram muitas estórias,
Confidências assim... só entre amigos,
Que aqueles fiascos
Em si eram um mundo completo.
Falava-se com tanta natura
Tão casual, sem grande fortuna
Eram apenas jovens,
Que já subindo a ladeira
Feliz eu perguntava
E a resposta pronta, alegrava:
Era vida meu Deus!
Sem poesia, é verdade
Mas fatos com dia e hora.
Uma beleza de sentimento.
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