SAMBA E HARMONIA
Outro dia recebi comentário de alguém (não autenticado, no Recanto das Letras) dizendo que minhas crônicas são um barato. “Tem hora que é samba, noutra é harmonia”. De início achei “um barato”. Nunca tinha olhado por essa ótica, a da crônica como samba. Deve ser bom, pensei: animada, sonora, alegre. Quem sabe, até dançante... Depois fiquei matutando, o que será que ele quis dizer?... Ainda bem que não foi mencionado “samba do crioulo doido”. Já Pensou?
Quando lemos a frase inteira, dá para entender melhor, é evidente: ele quis contrastar samba – agitação, com harmonia – paz/sossego. Entendi que o leitor não achou minhas crônicas “samba de uma nota só”. Melhor assim, pois elas nada mais são do que “retratos da vida”. E a vida, sabemos todos, não é feita só de harmonia. Temos nossos momentos de samba, marchinhas, jazz, chorinhos... Um dia estamos para Pavarotti ou Flácido Domingo (como dizia minha sobrinha), Mozart ou Beethoven. No outro, mais para Gilberto Gil, Chico Buarque, Maria Bethania, Elis Regina. Entremeados por Yves Montand e Edith Piaf. Até mesmo Paul Anka e Neil Sedaka, pra recordar. Sem contar aqueles dias em que só Roberto Carlos dá conta, que ninguém é de ferro.
Não sei se o dileto leitor voltará. Gostaria, porque ele também deixou lá uma “curiosidade”, a de saber o que as mulheres sentem, o que elas pensam...
Beatriz Cruz
|