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Cordel-->DIA DO ÍNDIO -- 19/04/2000 - 22:50 (Mario Galvão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Meu cumpadre, vou agora,
Com muita perturbação,
Discorrê sobre o fenômeno,
Da tal globalização;
Que eu estou desconfiando,
Qui é mais uma enganação,
Desses tais de americano,
Prá comprar esta nação.

Se vejo passá um carro,
Isto não é nhenhenhém.
É Gêeme, Forde, Nissan,
Volksvagen ou Citroen.
E que dê as nossas marca?
Num tem nenhuma brasileira.
Que nóis tem idéia parca!
Pergunto, campo e cidade:
- Onde a criatividade?

E a fábrica de avião,
Que era bem brasileira,
Já tem muitos mais por cento,
Na mão de empresa estrangeira.
E o Desenvolvimento
Economico e Social,
Olha tudo e isso e proclama:
Num tem nada! Não faz mal!
O que interessa é o crescimento...
É muita cara de pau!
Acho que não sobra nada,
Pro capital nacional.

Vô na loja comprá calça,
Vestido ou combinação,
Nada encontro brasileiro.
Que puta esculhambação!
Tudo vem do americano,
Do inglês ou do alemão.
E o banco que financia,
Com juros do Satanás,
Também têm nome estrangeiro,
Acabaram os com nome brás.

Corro pro supermercado,
Ou para comer sanduíche,
A confusão continua,
Os nome é puro pastiche.
Macdonald, Carrefour,
Enrolo a lingua inteira.
Não consigo mais entender,
Só gringo na prateleira!
O dialeto brasileiro,
Já virou lingua estrangeira.

Aqui no São Paulo, orgulhoso,
Que já quis ser independente,
Até o Banco do Estado,
Já tem gringo pretendente.
A nossa eletricidade,
Telefone, pizza, aguardente,
Tá na mão do estrangeiro,
Só falta levar nosso dente.

Por isso eu acredito,
Que estamos prá beira do abismo.
Com os Fraga e outros pirata,
Eu não durmo mais, só cismo.
Eu acho que nóis brasileiro,
Com a tal de democracia,
Em vez de capitalismo,
Escolhemos mesmo o caminho
Foi do néo-colonialismo.

Não era assim minha gente,
No tempo que já se foi,
Do Getúlio, meu irmão.
A Petrobrás era nossa,
E também nosso o carvão.
Brasileira era a indústria,
O comércio e o avião.
Agora tá tudo indo embora,
Na tal de globalização

Em tudo que aqui existe,
Eles vai passar a mão.
A preço das almas bacia,
Não fica nem nosso dedão.
O dólar subiu de preço,
O real virou pagão.
Não vale quase mais nada,
E ólha que volta a inflação...
Eu acho que vou para o fundo,
Alerta, meu companheiro,
Fuja pro primeiro mundo.

Mário Galvão é jornalista e profissional de RP
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