DELIRANDO!
na Zélia
Caminho a esmo a te buscar. Não te encontro em nenhum lugar.
Entre nós um desfiladeiro impede a subida ou a descida, tão próxima, tão distante.
Emito um grito e o eco se perde não me escutas. Meu lamento te cansa, enfada.
Relutas. És mais forte e foges. Quem sabe não esteja em mim encarnado o diabo para atentar tanto.
Sou mulher. Entrei em tua vida sem medida, fui entrando desprevenida. Não sabia que seria tão gostoso estar em teus braços, sentir você, ouvir sua voz. Amar.
Gostaria de perguntar: _ O que sentes por mim?
Amor? Tenho dúvidas. Não me podes amar.
Paixão? Talvez esta por ser mais forte que a razão.
Sou mulher. Mulher é ser sem coração, vive, reflete com a ilusão. Ama no real ou platonicamente, o importante é que sua mente esteja longe entregue aos cuidados de alguém.
Escolhi você. Como?
Não! Você me escolheu, me desejou, me quis. Fui tua, fostes meu. Por que não continuas?
Não és de cansaço, teu corpo e potência são de aço.
Não quero ser imagem de satanás, mas a sombra de teu anjo de guarda.
Ele vela te guia os passos. Tenho muito amor em mim, disponível a ti, sei que muitas te amam, mesmo assim entro na disputa como se fosse troféu.
Às vezes o levanto, outras fico sem nada.
É a vida. Amo-te.
Manaus, 21.03.1992 (9.50h)
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Nota da autora. Nos dez anos que produzi e apresentei o Programa Momento Poético nas rádios de Manaus, Difusora, Rio mar, escrevi meus sentimentos e tentei escrever o de tantas, tantos seres que se envolveram nesta trama chamada Amor. Hoje a oportunidade chega através da usina de letras e o estou fazendo. Verdades vividas, sofridas, sentidas. Manaus, 31 de outubro de 2009. Ana Zélia
|