AO SOL.
Ana Zélia
Como um navegante sem rumo, sem rota, clareias o universo.
É o sol do meio-dia, da meia-noite, “sol quadrado”...
O mundo com seus fusos horários divergem tua luz, teus raios.
Num lugar pode ser dia, em outro, noite.
Teu calor aquece os seres, queima a pele, bronzeia as caboclas puras.
É vida no sul, norte, em qualquer lugar.
A lua por três fases esconde seu amado.
Numa apenas, afoita, egoísta, vaidosa. Mulher!
Esnoba ao mundo um homem só seu montado num cavalo.
Mulher alguma a tomará, a cobiça não consegue atingí-la.
Você não. Nunca mostras tua deusa, musa, rainha...
Tens medo dos mortais?
A cobiça humana é pior que a bomba que destrói.
Deves ser solitário como tantos.
A solidão faz parte da vida, virou moda hoje em dia.
SOL. Teu calor aquece as almas, os corações solitários,
frios, os peregrinos, os miseráveis, as mariposas, os homens “maus”.
Qualquer mulher deseja sentir a quentura do fogo que tens em ti.
__ Que faça sol! Dizem sempre.
Não para em lugar algum, nem crias raízes,
és como as plantas rasteiras ao sabor do vento.
Ou és como os ciganos que vivem de arribação.
Tão belo majestoso e quantas gostariam de ser queimadas por teu fogo, raios, calor.
Elas jamais desejariam ser tocadas nem pelo vento,
nem pela brisa que passa ligeira deixando saudades,
mesmo que fosse o sol da meia-noite, sol quadrado.
É SOL, é REI.
Vive o hoje antes que nuvens escuras te cubram
e te leve pra longe até o raiar de um novo dia.
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Nota da autora. O poeta tem o dom sagrado de fantasiar as coisas, dizer verdades usando planetas, ilusões, sonhos. Quantos homens se transformam ora em sóis quentes, ora frios como neve. É a humanidade experimentando a passagem. Ana Zélia- Manaus, 02.11.2009
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