Usina de Letras
Usina de Letras
152 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Tempos Modernos -- 29/06/2002 - 02:04 (Leoanrdo CAmacho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os Tempos modernos.
(L. Camacho)

Você, com certeza, era uma das minhas cabrochas favoritas. Mas agora minha querida, a FIAT lançou um modelo novo e você não serve mais, eu gosto AGORA é da Zero Km.
Tudo o que você tinha agora já está ultrapassado. Você se lembra do ar-condicionado? Pois então, agora na minha nova doçura o sistema mudou, não faz mais barulho e apesar de esfriar do mesmo jeito eu ainda não fiquei resfriado.
O seu motor que antes era super moderno, com aquele afogador, agora não serve nem de lixo. O sistema novo tem uma tal de injeção eletrónica. Olha, nem adianta me perguntar porque eu não sei o que é e nem sei direito pra que serve, os moços lá da loja, opa, agora chama concessionária, não me explicaram direito à diferença, mas é bem melhor. Ela também carrega bem mais garrafas de cerveja na carroceria, não atola mais nos lamaçais da fazenda e além de tudo anda sem dar um piu (isso é bom que não acorda Maria na hora de sair pro trabalho cedinho).
Eu fui com a minha belezura pra cidade compra um pandeiro pro Zezinho, meu menino, agora ele inventou de fazer samba e disse que está querendo um daqueles pandeiros eletrónicos, que tem aquela parte onde você bate a mão feita de um tipo de ferro, brilha que nem prata! Uma maravilha. Nesse dia foi que minha belezura me magoou muito, ela deu de quebrar no meio de uma ruazona bem grande e muito movimentada lá da cidade e não queria saber de pegar por nada nesse mundo! E os outros carros já estavam rocos de tanto gritar.Depois que eu fui ver, só tinha acabado a gasolina, eu até que tentei colocar uns litros daquela cachaça braba (que eu sempre carrego) no tanque, que nem eu fazia com você, mas ela não pegou. Abri o capo, tentei arrumar o motor e nada. O motor era bem diferente, complicado que chegava a doer minha cabeça.
Aí veio o carro do guincho e levou minha belezura lá pra onde os carros esperam seus donos pagarem para tira-los, acho que é uma prisão de carros, eu não sabia que na cidade os carros eram punidos por não pegarem direito. Ficou muito caro e eu não pude pagar. E é por isso que eu estou aqui no ferro velho, para ver o enterro dela, fiquei feliz em te ver aqui, ótimo você estar aqui para me fazer companhia. Acho até que vou te levar pra casa, se não for muito caro pra te tirar daqui. Mas você está muito diferente os homens da cidade te mal trataram não é! Isso é porque eles não sabem o tanto que você me ajudou. Só te reconheci por causa da ferradura de mula que eu tinha amarrado no volante, pra dar sorte, e os chifre de boi no pára-choque da frente pra mostra a chiquesa da nossa família. Esses homens da cidade têm o coração de pedra e devem ter sangue de cimento. Mas não fica triste não que eu cuido de você está bem assim?
Vamos pra casa agora. Eu já gritei o moço, você ouviu? Ele me falou que são 25 pratas pra te tirar daqui, eu só tenho 22. Mas não se preocupe, o moço disse que se eu der essas 22 que eu tenho, que por sorte acabei de receber do patrão, e der o meu chapéu, aquele que meu pai me deu quando tava pra morrer, ele deixa eu te levar embora.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui