Chove há três dias, sem parar...
Por que te escondes, assim,
que nenhum lusco de luz fazes brilhar?
Zangado, partiste para o norte,
ou adoeceste com a virose lunar?
Os colibris não beijam mais as flores,
nem as borboletas enfeitam o jardim...
Cadê os pardais que
cheios de primores
nos arbustos faziam algazarra?
Também sumiram
os bem-te-vis cantores...
Mas a relva, não... Esta se enfeita
a vicejar frondosa em verde manto
onde a florinha da árvore se deita
no amarelo lençol de doce encanto...
Sei que é gloriosa a água.
E cai do céu...
Mas é seguida
e creio que esqueceu
de recolher seu pranto
como eu...
|