O vento sopra
E anuncia ares novos.
Nos, entretanto caminhamos
Com os velhos ares.
As diversas especies de vida
Espraiam-se pela natureza viva.
Flores se espreguiçam em canteiros
Luminosos, acalentando a evoluçao.
So´ o homem ainda rasteja pelo chao.
Animais noturnos admiram estrelas
Enquanto nosoutros desdenhamos
Tao magnificas cintilaçoes.
O passado liberta o planeta,
Evolvendo montanhas, rios, mares.
So´ o homam aprecia os grilhoes
Do velho mundo e dos velhos ares...
No entanto, a chuva vira´,
O rio transbordara´, o vento rugira´
Nas arvores, no deserto e na cidade.
O trigo sera´ colhido, bem como o joio.
Ambos serao ceifados.
O trigo ira´ para abençoadas mesas.
O mesmo nao ocorrera´ para o joio,
Que nao saira´ dessa colheita ileso.
Havera´, naturalmente, um preço.
Enquanto o trigo em serviço prossegue,
O joio regressa ao começo.
E´ a lei.
(Jeovah de Moura Nunes)
do livro "Pleorama" |