NO CALOR DAS NOITES
E assim vamos açoitando a madrugada
com luzes ou mesmo lâmpadas apagadas.;
notas caladas sem cores ou sonhos de fadas
deixando, despudoradamente, a vida grafada.
Retalhamos noites como os que retalham
vísceras inacabadas, alinhavando pedaços soltos
a procurar que se completem, talvez aqui,
ainda hoje ou numa outra eternidade.
Teclamos letras, suas, minhas ou d’outros dedos,
escrevemos o mundo solto em ventos,
viramos versos, queimamos fundo tantos medos,
açoitamos frases em audaciosos pensamentos.
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 - )
(in O Literário - Camocim/CE - Maio 2000)
http://tanajura.cjb.net
|