te abraço conforme tua delicadeza...
e sinto a maciez de uma pétala,
que ao soltar-se da flor simula o desejo maior
de ver teu corpo em estado de ardor,
livrando-se de luxúrias peles que escondem
tua irresistível forma.
imagino uma dessas peles tocando e guardando
o pequeno par de tua jovem anatomia,
seguido da minusculosidade de uma outra,
que abaixo "esconde" um segundo lábio,
mas que nas costas mergulha em
tua mais desejada curva,
exibindo-a como um oitavo pecado capital,
pois a mim o tempo dessa contemplação
ainda é curto para que algo mais seja consumado.
tua figura funde-se na pureza
de uma lágrima derramada
e no ferormônio de tua excitação de mulher.;
teus cabelos parecem a nobre seda de outrora,
que exalam a essência de tua identidade feminina.;
teu olhar é o profundo oceano da malícia,
que me chama e simultaneamente me mantém inerte,
para que não siga além da praia e, com isso,
fique limitado apenas à profundeza
de meu desejo conturbado.;
talvez porque te pareça um pseudomarinheiro,
daqueles que não conseguem contemplar
subjetivamente as belezas de tão paradisíaco oceano.;
ou simplesmente por não me considerares digno
de navegar por tão doces e prazerosas águas.
a princípio não questionarei tal pensamento,
se assim te fazes tranquila,
mas estou aqui na areia,
sob a ardência do sol
e o acolher silencioso da noite,
que em ti reflete a luz de um hipnotizante luar,
junto à peculiar beleza das estrelas - que lembram gotas de teu chorar - na negritude do céu,
esperando impacientemente o suave aviso da brisa,
que repentinamente me atinja,
carregada com o teu cheiro, sussurrando teu doce chamar...
para que eu possa seguir em tua direção,
como um personagem de antiga epopéia
ao encontro da ninfa que não me é lendária.
e, assim, consiga finalmente sublimar
o veraz e irrefutável desejo que
a primeira impressão me fez imaginar...
|