Ontem, em todo o Brasil, foi comemorado o “O dia da Consciência Negra,” com mais ênfase aqui em Salvador, onde a sua população tem mais de 80% de afro-descendentes. O preconceito racial e o religioso sempre foram questões desafiadoras para a humanidade. Desde tempos imemoriais, continuam sendo os piores males que afligem os povos. Em pleno século XXI, é muito triste ver a nação brasileira definir os direitos das pessoas com base na tonalidade da sua pele. A palavra raça, que sempre foi empregada para caracterizar os vários tipos de animais de uma mesma espécie, passou agora a ser definida como “a divisão dos grupos humanos, determinada pelo conjunto de caracteres físicos hereditários.” Este neologismo oficial tem tudo para semear um perigoso tipo de racismo e dificultar ainda mais o caminho para a real solução dos problemas de desigualdade social entre os brasileiros. Embora boa parte da nossa sociedade seja a favor da adoção das cotas para afro-descendentes nas universidades, a sua aprovação diminui à medida que aumenta a renda familiar e a escolaridade dos entrevistados; aponta pesquisa da Datafolha, feita com 6.264 pessoas acima de 16 anos. A cor declarada pelo entrevistado não representa diferença estatística significativa sobre a aprovação das cotas. Entre os negros, 69% são a favor e entre os brancos, 62%. "Isso mostra que no Brasil o problema da desigualdade não está colocado em termos raciais e sim de gente pobre", avalia o cientista político Bolívar Lamounier. Dever-se-ia, isto sim, se atacar fortemente às causas das nossas tremendas desigualdades sociais com maior determinação política, especialmente com a excelência na educação. Por fim, é bom relembrar que nas veias da maioria da nossa população, em especial nas regiões norte e nordeste, corre sangue dos nossos irmãos índios e negros; por isto mesmo, e decorrente da grande miscigenação brasileira, passamos a ser uma nação de gente inteligente e bonita!
“A terra é um só país e a humanidade seus cidadãos. Que o homem não se vanglorie de amar o seu país e sim a sua espécie”.