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Artigos-->Seja professor! -- 07/12/2009 - 16:45 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É difícil encontrar um jovem que queira ser professor. Numa sala com 40 alunos, se encontrarmos dois deles com pretensões de cursar uma licenciatura, será uma surpresa. Diversas opções de faculdade são consideradas pelos concluintes do Ensino Médio. Os cursos de formação de professores são deixados de lado. A permanecer essa tendência, em menos de uma década, teremos uma categoria formada por figurões, dinossauros, “patrimônios” com décadas de sala de aula.

Sei que algum colega mais pragmático sairá em defesa de uma estranha reserva de mercado, bradando: “É bom mesmo que chegue pouca gente. Assim sobra mais pra nós, né!”. Permita-me discordar, caro colega. Sem o oxigênio que os profissionais recém-formados representam, em pouco tempo, será muito chato ser professor. Se os alunos já não suportam o ritmo de ladainha de algumas aulas, professores também precisam de colegas com sangue e vontade novos, capazes de criar uma sinergia na escola, o que, internamente, melhora o processo de ensino-aprendizagem e, vazando pelos muros, pode até contaminar outras escolas. Por isso, e por outros issos, faço um convite ao jovem, convite que se estende ao não tão jovem: seja professor!

É nessa hora que a maioria se espanta: “Tá louco! Ser professor no Brasil? Só pode ser piada!”. Não é piada. Só parece piada porque não combina com o senso comum que define a profissão de professor como o último recurso daquele que tentou tudo e não conseguiu nadinha. “Não arrumou trabalho, foi dar aula...”. Os profissionais da área também não fazem a menor força para mudar esse discurso. Ao contrário, conheço uns doze ou trinta professores que vivem repetindo: ser professor é a pior coisa que pode acontecer a um ser humano; professor ganha mal; professor não é valorizado; professor trabalha demais; pior que ser professor é ser faxineiro da barca do inferno. Isso é dito em plena sala de aula a uma plateia de rapazes e moças indecisos sobre a profissão que seguirão. Que jovem vai pensar em cursar uma licenciatura depois de ouvir um professor acabando consigo mesmo?

É aí que entra meu convite com direito a outra opinião sobre outras considerações sobre a carreira: 1) professor iniciante ganha mais que outros profissionais nas mesmas condições. Para você que tem menos de vinte anos, um salário entre R$ 900,00 e R$ 1.200,00, que é o que o Estado de São Paulo paga aos concursados ingressantes, não é salário baixo. Quem faz administração, direito, jornalismo, qualquer outro curso, terá dificuldade para iniciar carreira com um salário assim. 2) Professor trabalha tanto quanto outro profissional de qualquer área. Professor tem que preparar prova, corrigir prova e – acredita? - estudar. Advogados, publicitários, jornalistas também trabalham em casa, apostam na formação continuada e, muitas vezes, cumprem jornadas de 14 horas de trabalho. 3) A profissão de professor ainda é, sim senhor, muito respeitada. Para provar isso, tenho a experiência pessoal do tratamento respeitoso que recebo de alunos, pais e colegas. E mais: daqui para frente, o profissional de educação – grifo meu na palavra profissional - vai ser ainda mais valorizado, já que o Brasil tem grandes ambições que só se realizam se passarem pelas escolas.

Poderia ocupar toda essa edição do Tribuna para tentar convencê-lo de que deve ser professor. Creio que o Hilton, nosso editor, não ficaria muito feliz. Além disso, não quero convencê-lo. Quero apenas que você pense no assunto. Pode ser que o seu negócio seja mesmo administração ou direito. Se, no entanto, você um dia já pensou em ser professor e desistiu porque ouviu um coro de mestres dizendo que isso seria um erro, peço que não deixe a frustração de outros atrapalhar a sua realização. O caminho se faz ao caminhar. Antes que este texto vire autoajuda, encerro com números: há mais de 300 mil vagas para professores em todo o Brasil. Pergunte a um dentista quantas vagas há no mercado dele...



*Professor de língua portuguesa e publicitário. Lembra: um curso de licenciatura dura 3 anos.

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