O peão e o prato
Feito, pronto
O bife no ponto, frio
Ovo frito, gema mole
Olhe a massa firme
Feijão, arroz e farofa
Pirão, virado à paulista
O olho vidrado
Não olha pra cima
Não olha pro lado
Não para um instante
O ritmo intenso e constante
O rei do garfo, farto
Um elefante esfomeado
Não tem antes nem depois
É agora ou nunca
Compenetrado, seu mundo
Um prato fundo, lotado
Pra baixo côncavo
Pra cima convexo
Destruído em poucos minutos
Um sossego do gole
Ajuda pra descer o bolo
Nova garfada, farta, voraz
Quanto mais come mais pressa
Que cessa apenas no último grão
No pão que raspa o fundo
Limpando o salão
O fim de festa
O alívio do guerreiro
À beira da cesta.
|