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Artigos-->FERIDAS QUE NÃO CICATRIZAM (II) -- 10/01/2010 - 09:06 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420482564762500
FERIDAS QUE NÃO CICATRIZAM. (2ª Parte)

Ana Zélia



A vida é uma escada, podemos subir ou descer.



Quase expulsa por ter “rasgado” o Pavilhão Nacional e menos de sete anos, fui transferida com as recomendações de praxe.

Pertenço ao signo da TRANSFORMAÇÃO (ESCORPIÃO), 16 DE NOVEMBRO, terceiro decanato, onde a poesia se faz presente, a obstinação pelo correto, não aceitamos covardias...



Logo de cara a professora começou a me tratar como “marginal”, corrente nos pés e na cadeira.



O que fazer? Chamar atenção para o injusto.



Destacar em tudo. Cantava nos comícios políticos, com uma faixa do partido PTB, minha família era Getulista e o hino do partido era meu acalanto. Um garoto lia os discursos previamente escritos. Certo dia ele não pode ir e me pediram para ler o discurso. Comecei a escrever o que sentia que a população do meu bairro precisava, num comício mostrei o que tinha escrito ao candidato, ele não acreditou que eu tivesse escrito. Fácil, disse a ele, me dê papel e caneta e eu escrevo outro e o fiz.

Indagada sobre o que eu seria quando crescesse, respondi: Serei Promotora de Justiça e em meus cálculos, seria nomeada pelo candidato. “Ao discursar falou: O discurso lido pela Ana Zélia ela escreveu na minha frente porque eu não acreditava que ela tivesse escrito outro. “Santa Luzia tem uma menina prodígio”.

Voltemos à escola. A professora me deu liberdade e se tornou minha amiga.

Católica praticante pedi ao Senhor Arcebispo para pertencer à Cruzada e ainda ser a Presidente. Fui sabatinada, mas a idade só me permitiu pertencer à Cruzada.



Entre Deus e o Diabo havia uma menina, como dizia minha saudosa avó: “Você parece o Satanás em figura de gente”.

Houve um crime do lado de minha casa, D. Creusa foi morta com uma facada no pescoço. Ela estava penteando o cabelo dos dois filhos pequenos e eu conversava com ela da janela de casa. Sr. Rui agressivo discutia e de repente a mata, com a mão na faca ela tentou sair do beco, chegou frente à minha casa e disse ao meu pai. “Sr. Raimundo me acuda pelo amor de Deus”, atravessou a rua e caiu em cima de duas sacas de açúcar do comerciante Viana.

Perdi os sentidos e só acordei no dia seguinte. Sendo informada de que o assassino estava preso.

Resolvemos através do teatro encenar uma espécie de júri. Eu sendo a promotora de justiça, acusava o colega que representava o réu, assim começou o meu sonho de ser Delegada de Polícia, Promotora de Justiça e Advogada.



Voltemos à escola. Como dizia minha avó eu parecia o satanás em figura de gente. Resolvi acompanhar enterros de criancinhas. Não era como hoje, o pai levava o caixão na cabeça e na mão levava um banquinho, pulava a janela da sala de aula que dava pra rua e pedia o banquinho e ia colhendo flores pelas casas para enfeitar o túmulo. Voltava correndo e dizia á professora que estava no banheiro, passava por dentro da Delegacia de Polícia onde todos se conheciam. Um dia fui mal. Minha mãe me viu acompanhando um daqueles enterros e foi á escola. Não estava na sala, nem no banheiro, nem em lugar algum, ficou aguardando, retornei e a professora me mandou ir á diretoria, lá estava minha mãe que foi dizendo: Não minta. Onde você estava? Acompanhando um enterro. Levei uma surra daquelas boas e tomei uma decisão. Mudar de escola definitivamente.

No Patronato “Santa Terezinha” estudavam duas irmãs mais velhas, pedi à freira que fizesse um teste para saber em qual série eu poderia entrar. Fui aprovada para o 3º ano primário e assim sai do grupo escolar e dei outro rumo à minha vida.

No próximo capítulo continuarei minha saga. Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Nota da autora- Feridas que não cicatrizam são marcas históricas que o tempo ainda não apagou, a idade aumenta o tempo urge e tenho pressa, amanhã posso não estar mais aqui, mas minha história sim. Manaus, 10 de janeiro de 2010 (Ana Zélia)





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