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Catacrese
Por Guilherme Viana
A catacrese é uma figura de linguagemutilizada para se referir a algo que não tem um nome no idioma. Para isso, usa-se um termo jácute; existente, mas em outro contexto, tomando seu sentido original emprestado para fazer a analogia. Esse tipo de construção acaba muitas vezes se tornando tão trivial a ponto de perder o efeito de estabelecer semelhanças e simplesmente ser incorporado pela língua, sendo adotado pela maioria dos falantes.
Leia também: Metonímia – figura de linguagem que substitui um termo por outro
Exemplos de catacrese
Sofácute;s não possuem braços e fogões não possuem bocas como seres vivos. As expressões foram utilizadas para comparar partes específicas do sofácute; e do fogão que não tinham nome. No entanto, hoje em dia, elas foram incorporadas pela língua e não pensamos mais na comparação metafórica de um braço ou de uma boca. Pensamos simplesmente no braço do sofácute; e na boca do fogão.
“Não podemos perder esse voo, temos que embarcar no avião pontualmente.”
O verbo “embarcar” é originalmente voltado para barcos e outras navegações. Seu uso em aviões, helicópteros e demais transportes aéreos é feito para remeter à entrada e à saída nesses meios e jácute; não causa estranheza nos falantes.
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Diferença entre catacrese e metácute;fora
A catacrese é, por vezes, considerada um tipo de metácute;fora. Ainda assim, hácute; diferenças.
A metácute;fora é um recurso utilizado para estabelecer relação de semelhança sem usar expressões que indiquem que uma comparação é feita. Ela estabelece comparações para passar uma ideia, podendo ser de uso corrente ou não.
A catacrese, por outro lado, é um tipo de comparação usado para se referir a algo sem nome, muitas vezes sendo uma expressão jácute; adotada pela maioria dos falantes do idioma.
Vamos entender a diferença nos exemplos a seguir:
“O brilho dos seus olhos são um sol pra mim.”
No enunciado acima, a metácute;fora é usada ao comparar o brilho dos olhos ao brilho do sol. Passa-se uma ideia cheia de significados e que não é de uso tão corriqueiro.
“Afinal, o que hácute; no olho do furacão?”
Em uma matéria da BBC sobre o fenômeno do furacão, foi utilizado o termo “olho” para se referir à parte do centro dele.
Às vezes, é possível utilizar uma metácute;fora junto com a catacrese:
“Eu estou no olho desse furacão.”
Ao comparar a própria situação ao olho de um furacão, passa-se uma ideia de grandes problemas.
Leia também: Denotação e conotação – quais são as diferenças?
Prosopopeia e catacrese
A prosopopeia (também conhecida como personificação) é a figura de linguagem utilizada para atribuir sentimentos e características humanas a coisas e seres inanimados ou irracionais. Porém, ao contrácute;rio da catacrese, isso não é feito para se referir a algo sem nome, e sim para passar uma ideia.
“Pé da mesa” é uma catacrese por se referir a uma parte da mesa que não tem outro nome. Por sua vez, a prosopopeia passa uma ideia. Observe:
“A mesa estava tão farta que parecia sorrir para os convidados.”
Uma mesa não sorri. Essa característica humana é usada para passar a ideia de fartura do banquete, e não para fazer referência a algo que não existe, por isso é uma prosopopeia.
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