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Contos-->Sincero, nem por isso, tão belo -- 27/06/2000 - 18:02 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“...Minh’alma volveu-se em pedra
E negou tudo o que concebia
Me trouxe a frieza
Qual até a mim atemorizaria...”
O Sabor da Perfídia

Esta poderia ser apenas uma história de amor. Poderia ser como qualquer outra, onde duas pessoas se conhecem se apaixonam, atropelam alguns conflitos, vão ao cinema, fazem sexo, se divertem e tomam sorvetes aos Domingos. Mas não... este é a minha história de amor, a minha situação. Pensei muito antes de publicá-la, achava muito pessoal... sem interesse para terceiros, mas vai ser através dela que irei assinar uma confissão.
Por volta de 1981, quando eu ainda não estava muito preocupado em ganhar dinheiro, vivia a perambular pelas ruas, bares e boates de São Paulo. Numa destas noites, acompanhado de um amigo, com quem dividia um apartamento, fui a um bordel. Uma das casas mais caras da cidade e também com as mulheres mais bonitas e excitante que já vi. Eram negras, mulatas, japonesas, morenas, ruivas, loiras, gays, travestis, enfim, eram “obra pra todo pau”.
Nunca me interessei por estes lugares, mas, com certeza, aquela noite decidiu a minha vida. Sentado numa mesa, observando meu amigo dançando com um das mulheres, fui surpreendido por uma moça que me perguntou: “Oi! Vai ficar só aí olhando?”. Sem muito jeito, porém extremamente excitado, pedi para que ela se sentasse. Ela agradeceu e pediu uma bebida. Era morena, de cabelos curtos e franjas grandes soltas sobre os olhos, com um sorriso perfeito, me deixou extasiado.
Tomamos quase uma garrafa de whisky juntos. Conversamos muito, sobre como era trabalhar num lugar como aquele, sobre política e até, quem diria, peças teatrais. Quando meu amigo resolveu ir embora, a garota nem me deixou levantar... eu também não queria ir, então ele se foi. Apesar do nosso assunto tão introspectivo, ela não tirou a mão de dentro das minhas calças por um único segundo.
Depois de muito tempo, o céu já estava claro, a bela moça me perguntou: “Você não queria transar mesmo, não é?”. Eu, muito bêbado e descontraído disse que a conversa estava muito boa e nem pensava mais naquilo. A boate estava fechando. Peguei meu casaco, coloquei sobre o ombro e me dirigi até o caixa onde paguei minha conta. Ela veio correndo atrás de mim e gritou: “Espere, espere!”. Sumiu em uma das portas atrás do balcão, mas retornou rapidamente vestindo um sobretudo. Segurou em minha mão e me chamou para irmos embora.
Na rua, as pessoas já se dirigiam para o trabalho e nós, estávamos indo tomar café num bar próximo dali. Me sentia envergonhado, afinal estava desfilando de mãos dadas com uma prostituta. Mas minha vergonha não era verdadeiramente por causa disso e sim, por estar com uma mulher muito experiente, uma profissional, e não saber como agir.
Acabamos passando aquele dia todo juntos, sem beijo e sem sexo, mas com muito prazer. Os dias foram passando, alguma coisa atormentava meus estudos, a bela garota dos cabelos curtos não saía de minha cabeça, meus amigos me estranhavam. Já não sabia mais o que acontecia comigo, não sabia se aquilo era paixão, amor, tesão ou só uma ingênua lembrança. Durante uma semana, não consegui fazer nada! A não ser me masturbar...
No primeiro Sábado após o nosso encontro, cheguei à boate antes mesmo de abrir. Aguardei ela chegar e convidei-a para sair comigo, por um momento recusou, mas não foi preciso insistir. Comemos um lanche na rua e em seguida fomos ao meu apartamento, meu companheiro de quarto havia saído. Tomamos algumas cervejas e ficamos abraços no sofá assistindo um filme na televisão, se não me engano, chamado “No amor e na guerra”.
Num inusitado instante de silêncio, começou a acariciar me rosto. Sua mão era lisa, aveludada, aconchegante. Fechei os olhos, abracei-a com mais força, foi quando senti seus lábios, sua língua e saliva tocando meu pescoço. Meu coração se acelerou, virando a cabeça dela delicadamente com minha mão direita, fiz com que ela dirigisse seus lábios aos meus...que beijo!
De forma muito carinhosa, me deitou no sofá, sentou sobre as minhas coxas e correu as mãos em meu peito. Retirou minha camisa. Fiquei apenas a observar, em poucos segundos estávamos só com as roupas de baixo. Não consegui segurar o tesão. Me levantei, enquanto a linda garota, agora deitada olhava para mim sem dizer uma única palavra, abriu as pernas e com uma das mãos tocou o próprio sexo.
Me ajoelhei diante do sofá, coloquei uma das pernas dela em meu ombro, com o uso de dois dedos penetrei através de movimentação repetitiva naquele lindo corpo e comecei a sugar com muita violência sua virilha. Ela emitia sons que cada vez mais me enlouqueciam. O corpo dela estava muito quente. Os seios, muito rijos e saborosos. Ela não parecia a mesma pessoa que eu havia conhecido...
Com os pés, jogou-me no chão e deu início a uma maravilhosa sucção em meu sexo e abdome. Me mantive deitado, acariciando seus cabelos. Levantou-se e fez com que eu me erguesse também, ficou de costas, apoiou as mãos num dos braços do sofá e abriu as pernas, não exitei... viramos somente um corpo no mais extremo momento de paixão. Sexos unidos, fluidos sendo trocados, mãos se tocando, respirações aceleradas, temperaturas elevadas e pupilas dilatadas.
Atingimos um gozo perfeito, simultâneo. Deitamos no chão, nos beijamos de maneira sutil e ficamos ali deitados, abraçados, olhando um para o outro. Apesar do momento de paz, com nossos corpos nus ali no chão daquele apartamento, que mesmo sendo um lugar simples parecia o paraíso, não conseguia pensar em outra coisa a não ser em como tiraria aquela mulher, a mulher que gostava, daquela vida promíscua. Esta história pode assemelhar-se com algum golpe ou algo que o valha, mas não, ela conhecia minha pobreza, conhecia minha natureza, minha vida boêmia e ela já havia me confessado sua paixão... e eu à ela. Ainda não era manhã, vestimos somente nossas roupas de baixo, nos cobrimos com um cobertor, assistimos um pouco de TV e adormecemos ali mesmo.
Quando acordei, tomei um banho, deixei-a dormindo e fui até o mercado. Comprei leite, pães, bolachas, margarinas e cereais. Queria que aquela fosse uma manhã perfeita. Ao chegar em meu apartamento, percebi a porta entreaberta, não me preocupei... poderia ter esquecido. Foi quando ouvi minha linda garota gritando desesperada por ajuda. Joguei tudo o que carregava para o chão e entrei correndo. Chegando na sala, vi a cena mais deprimente de toda a minha vida, meu companheiro de quarto e outro rapaz, estavam seminus. Meu companheiro segurava os braços da garota tentando beijá-la, enquanto seu amigo lhe fazia sexo oral.
Fiquei imóvel por alguns segundos. Chocado. Altamente perturbado, inferi um forte soco na nuca de meu companheiro, que foi ao chão sorrindo e dizendo: “Quer dizer que você namora essa vagabunda!”. Aquilo me bastou. Dei vários chutes em direção ao rosto dele. Fui até meu quarto, peguei o canivete dentro do meu criado-mudo. Sem pensar, dei vários golpes no peito dele. Ela ainda gritava, muito apavorada. O rapaz “chupador de garotos”, saiu correndo.
Para mim, aquela mulher perfeita havia se tornado uma aberração, um monstro. Eu sentia meu rosto pesado, o sangue circulando apressado por minhas veias, fiquei paralisado novamente. O sangue que sujou minha mão pingava no tapete. Muito assustada, ela se levantou chorando, encostou a cabeça em meu peito e me deu um forte abraço... que me fez chorar.
Novamente, fora de meu próprio controle, com ela em meu braços, dei um golpe direto em seu pescoço... com sangue dentre os lábios, a soluçar, escapando de meu abraço, disse a frase que acabou com minha vida. “Foi meu único amor...”. Me ajoelhei sobre o corpo dela e me pus a chorar desesperadamente.
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