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Artigos-->REAL VALORIZADO E A DÍVIDA PÚBLICA -- 22/02/2010 - 05:03 (EDVALDO FERNANDES DE ANDRADE) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A sobrevalorização do real não é saudável para a nossa economia, embora, à primeira vista, se afigure muito vantajoso. A cotação do dólar afeta o comércio, a inflação, as contas do governo, o crescimento econômico e a popularidade dos governantes. Há tempos que a moeda americana vem se arrastando num processo contínuo de desvalorização; de modo mais acentuado após a crise financeira ocorrida em 2008, nos Estados Unidos. O Brasil não adquiriu prestigio internacional com a valorização do real, mas sim devido aos sólidos fundamentos da sua política macroeconômica conservadora, que inibiu a inflação, manteve os preços relativos da economia e atraiu bilhões de dólares em investimentos diretos, que ajudaram aumentar as nossas reservas em moeda estrangeira. Atraiu também os especuladores internacionais, que tomam dinheiro barato no exterior e os aplica aqui, devido as nossas atraentes taxas de juros; uma das maiores do mundo. E para evitar que o dólar se desvalorizasse ainda mais, a fim de não prejudicar os nossos exportadores, que recebem dólares desvalorizados, e, portanto, menos reais, o Banco Central viu-se forçado a comprar no mercado interno, entre 2007 e 2008, US$75 bilhões dólares; o que representou 31,4% das nossas reservas internacionais, as quais, em dezembro de 2009, somaram US$238,5 bilhões de dólares. Aquelas compras foram feitas com a emissão de títulos públicos de curto prazo, com juros altíssimos, o que fez aumentar ainda mais a nossa dívida interna líquida, que somou em 2009 R$1.398,4 trilhão, ou 44,75% do PIB, e que custou R$124,1 bilhões de juros. Paradoxalmente, aquelas reservas vêm gerando grande prejuízo financeiro, pois recebemos juros de 0,25% do Tesouro Americano, enquanto pagamos, presentemente, 8,75% (taxa Selic) pelos títulos da nossa dívida publica interna. As diferenças de taxas, de 2006 até agora, gerou um prejuízo de R$71 bilhões de reais. Por outro lado, a dívida bruta interna, que é o somatório da dívida da União, dos Estados, Municípios e das empresas estatais, somaram em dezembro de 2009 R$2.136,3 trilhões de reais e representou 68,36% do PIB. Este endividamento é preocupante e pode se tornar um problema sério, se o governo continuar gastando mais do que arrecada; se financiando com a emissão de mais títulos, para pagar parte dos seus gastos que não são cobertos com a arrecadação dos impostos. Infelizmente, na contramão, o governo continua com a “gastança” pública, ao invés de cortar as suas despesas. Nestes últimos sete anos, como já foi divulgado, foram contratados pelos três poderes 60 funcionários por dia, ou seja, 153.000 pessoas. O número de funcionários federais, que era de 884.000, pulou para 1.000.037, e a folha de pagamento subiu 54%. Este batalhão tem um custo de R$100 bilhões de reais por ano, o equivalente a 17 vezes o que vai ser gasto com a transposição das águas do Rio São Francisco! A propósito, nos 27 países da União Européia, o limite recomendável da dívida pública em relação ao PIB é de 60%, mas alguns deles, por terem gasto demasiadamente, estão com grandes dificuldades, especialmente a Grécia, a qual, com índice de 121%, se encontra em estado falimentar. Neste ano, a continuar com o real sobrevalorizado, e a depender dos preços das commodities, difícil de prever devido a sua alta volatilidade, os especialistas em contas públicas prevêem um déficit comercial entre US$40 a US$50 bilhões de dólares; por isso mesmo vamos precisar aumentar substancialmente as nossas exportações, pois em 2009 tivemos o pior saldo positivo na balança comercial e queda de 7,4% na produção industrial; a maior dos últimos 19 anos, devido à retração das nossas exportações. Não será fácil obter o crescimento da nossa economia de 5,8%, como declarou recentemente o presidente do Banco Central. É esperar para conferir.



Edvaldo Andrade.

Fevereiro de 2010.



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