Recentemente alguns jovens da alta sociedade brasiliense chocaram o País ao atear fogo em um índio que dormia numa parada de ónibus da capital, e estarreceram a opinião pública ao declararem que: " não sabiamos que era um índio ,pensamos que fosse um mendigo". Tal episódio trouxe a tona uma série de problemas , dentre eles, o fato de que esses jovens pela ausência de seus pais que quase sempre trabalham fora acabam sendo "educados" pela tv que por sua vez não apresenta mais que 5% de programas ditos educativos. Educados assim era de se esperar que cultivassem os hábitos apregoados pela televisão, que cultua a beleza em detrimento da inteligência, o consumo que quase sempre passa pelo desperdício, dentre outras coisas legais, para aqueles que detêm o lucro, claro.
Agora vem a tona um caso semelhante ocorrido no Rio Grande do Sul, em que um mendigo foi queimado e dada a natureza dos ferimento tem poucas chances de sobreviver.
Há mais que meras semelhanças entre os dois casos e qualquer pessoa que tenha o mínimo de bom senso e não seja eleitor de FH , talvez concorde comigo.
Primeiro, vale ressaltar que não são casos isolados e que têm em comum o fato de terem acontecido em cidades com níveis de vida consideráveis se levarmos em conta o restante do País. Não precisa ser cientista político para constatar que pelo famoso círculo vicioso de nossa política e vida pública, esses mesmos jovens, que hoje estudam nas melhores escolas particulares enquanto o restante "engana" entre greves de professores,serão logo, logo, nossos deputados , juízes, e pasmem até mesmo Presidente (ou já esqueceram o Fernandinho do pó).
É preciso uma séria mudança de direção nos rumos da nossa sociedade, antes que passem a queimar não só índios ou mendigos em paradas , mas que direcionem seus instintos piromaníacos para toda casa que não seja considerada mansão, e aí do jeito que as coisas estão, haja fogo.
