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Contos-->Entre as estrelas e o sangue -- 06/09/2002 - 18:10 (Flerman Flebers) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Parecia haver mais estrelas quando eu era jovem, séculos atrás. Fora isso muito pouca coisa mudou, as pessoas se iludem achando que evoluímos, que tudo está melhor, mas se enganam, tudo está igual a como era mil anos atrás. As guerras eram iguais, as mortes eram iguais, o amor era igual. Só mudaram os instrumentos com os quais são feitos, existem mais armas, mais afrodisíacos , mais ilusões.
De poucas coisas me lembro claramente, o tempo de vida de uma pessoa normal para mim é um piscar de olhos, imperceptível, por isso, nunca me pude me apaixonar, pelo menos não devia ter deixado isto acontecer. Lembro-me de quando vi Puccini uma noite. Estava vagabundeando bêbado uma noite quando o vi saindo de um teatro,olhou-me rapidamente e sorriu, neste momento conheci o brilho de um gênio.
Ainda ouço porém os gritos dela procurando-me pela noite “Mario, Mario” gritava. Venci a morte, venci o tempo, mas nunca vencerei meu sentimento por ela. Seu rosto era a luz da lua misturada ao gosto das lágrimas de seu rosto alvo. Lágrimas que causei na minha ânsia de proteger-me.
Conheci-a em Veneza quando ela tinha dezesseis anos, transformei-a em uma dama, em mulher e ela me transformou em um humano em retribuição. Gostaria de nunca tê-la encontrado. A musica que dançamos ainda é tocada até hoje e me traz poucas recordações. Palhaços, reis, reis palhaços e palhaços reis, ópio, vinho, dança.
Vi seu corpo definhar com o passar do tempo enquanto eu seguia com minha aparência jovem e apática, um dia , então, em seu leito de morte eu deixei-a pra trás. Eu não conhecia a morte e nunca iria conhecer, por isso queria distanciar-me de sua dor, dor extasiante que leva as pessoas para o desconhecido. Os ignorantes têm medo desta hora, os sábios, ansiedade, curiosidade.
Viajei por tanto tempo, conheci tantas coisas, vi a beleza e o caos andando de mãos juntas sendo observadas pela insanidade do sábio governador do mundo intangível existente na máscara que usamos e aqui estou, esperando que me respondas. Ainda me queres?”.
“Quero-te como mulher, como amante, como demônio, como anjo, com todas as forças do universo me arranjo, não resistirá minha alma a teu ataque fulminante, toma-me neste instante, aqui agora, no meu pecado”.
“Não sabes o que fala na tua cruel ignorância, poderia Lúcifer escolher o inferno se tivesse chance? Pois é isso que tu faz, escolhendo-me neste instante”.
“Escolho-te não por escolha, pois meu amor não permite, ele me grita, me insiste, que te quer neste momento, faz disso agora teu contento e possua-me como mulher”
“Não posso possuir-te como mulher, não possuo nada neste mundo, não tenho controle sobre minha vida, quem dirá sobre a suprema criação, terei eu esta capacidade?”
“Tu és tudo que eu quisera, és o domador de minha fera e espero ansiada tua decisão se não me queres de coração, pronuncie neste momento a tua escolha.”
“Não te quero e nunca poderei te querer, como podes não me entender se fui coerente em minhas palavras? Meu corpo está vivo, mas meu peito está morto e somente estarei sereno quando meu todo também estiver”.
“Como podes dizer estas palavras com a força de mil espadas, será esta sempre minha sorte? Vende a mim rápida minha morte e salva-me deste demônio”.
“Fraca que tu és não esperaria outro destino para tua pessoa. Veja a confusão que fazes, espalhando teu rubro sangue pelo chão. Dá-me tua adaga e agarra-me pela mão, se queres o inferno, pegue uma moeda, pois agora atravessará o Styx”.
“Agora vejo o que dizias, tocou-me a morte de mãos frias e sugas meu sangue ferozmente, como fui tão descrente de frente ao óbvio que me expunha?”
“Prepara-te para a eternidade, para o nada, agora tenho teu sangue e tu bebes do meu, aproveite este instante, e abraça ao além”.




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