O FIM.
Ana Zélia
Hoje descobri que não te amo...
Posso ir-me de vez, sem sofrer. Passou! Amei você!...
Já não tento fazer vibrar corpos sem alma, rosto frio, sem sorriso, coração, sentimentos...
És frio como a neve.
Ah! Mulheres! Que fazem subir ou cair.
Ah! Homens que nos destroem quando se sentem superiores a nós.
Não é assim. Somos iguais.
Ontem te amei mais que ninguém, sem saber que eras invejado por homens iguais a ti. Nem percebes as armadilhas da vida.
Hoje. Reflito em tudo que sofri e vejo que me perdestes por falta de uma palavra que nunca dizes: Amo você!
És como as barras de ferro, duras de partir, roer.
És como as Muralhas da China, difícil de cair, mas tombou.
És como os navios sem leme, sem comando nem cais... Giras em círculos...
És como aves de arribação que vão e voltam em busca do verão...
És como as pedras dos caminhos que nos fazem tropeçar...
És como árvores sem folhas num deserto sem fim.
É o homem mais pobre de espírito que conheci.
Foi difícil ver, porque buscava mostrar-te o caminho que devias seguir.
Devo ser uma mestra sem formação, orientadora, mateira, sem experiência...
Tudo em ti me confunde.
Às vezes dizes palavras belas, vejo em ti as Sereias de Ulisses, outra amedronta como os tigres diante das presas.
Tens um espelho, observa teu reflexo diante dele.
És um homem lindo...
Precisas despertar!
Pareces dormir o sono eterno.
Xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Manaus, 01.04.1994
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Nota da autora- sempre acreditei que a vida é um saco de risadas, hoje dou boas gargalhadas como os palhaços nos circos pelas idiotices que fiz, pelas bobagens em valorizar quem não merece. Ah! Não valorizem demais as pessoas, elas são o que são e não mudam. Mudamos nós. Manaus, 16.03.2010 (Ana Zélia)
|