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Artigos-->DA ESPERANÇA -- 27/01/2002 - 10:57 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DA ESPERANÇA



Assim como muitas outras coisas, compreendemos mal o verdadeiro sentido da esperança. O que é essa tão esperada criatura ou ente, esse singular substantivo feminino que sempre está à nossa espreita no futuro? Que ruiva mulher, anjo alado, sonho, sinfonia? Que Deus, solto ou crucificado nos conduzirá a essa meta?

Esperamô-la a vida inteira e mais adiante, choramos e oramos por seu nome, muitas vezes de joelhos e com lágrimas nos olhos. Importamos e exportamos sonhos e produtos, adiamos coisas, matamos pessoas, assaltamos bancos ou pagamos as contas em dia, tudo no fundo com a intenção de cultivar essa estranha flor que não vemos nunca e continuamos regando.

Que máscara de carnaval veste a esperança? Em que baile ela se esbalda? Em que banco se multiplica? Em que cama se deleita? Em que versos se enobrece? Em que esfinge nos afronta?

A esperança que temos de achar a esperança. Onde está, perdeu-se? O que procuramos então? Por mais que nos viremos, escrevamos, contorcemo-nos ou superemo-nos na expectativa ou surprendamo-nos nos arroubos de esbarrar ou tropeçar com ela, a ave rara bate as asas para distante das nossas vãs porfias.

Universidades a estudam? Juizes a manipulam? Laboratórios ou traficantes conhecem sua alquimia? Eruditos sabem-lhe a origem? Padres tocam-lhe a hóstia? Existe para ela uma doutrina?

Meus amigos e amigas, hoje que na verdade nem tem sol, nesse dia sombrio de quase inverno me veio a súbita revelação de onde começar nossa nova busca de esperança. E não será complexa a trajetória nem seu encontro. Em primeiro lugar, é preciso encontrar nosso mais bonito rosto no espelho; ou seja; aquele que tem vergonha na cara. Sem esse primeiro passo, nenhum outro será dado adiante.

Dispa-se então de seus valores e sistemas, e vá, de alma guerreira, cantando “soy loco ou loca”, se preciso for; vai recolhendo as pessoas que estão nas ruas sem brilho nos olhos ou implorando ajuda; vá visitar aquele que cometeu um crime e hoje tem vergonha da sua vida. Ajude quem procura um emprego, uma terra, uma chance a encontrar um caminho. Pule do muro.

Faça isso antes que seja tarde; não pela esperança que te espera; mas por ti, porque tu és a esperança quando te despes de conceitos, bens e preconceitos e vestes a simplicidade. Quem tem o sol não necessita de mais brilho.



8/06/2001



Marcelino Rodriguez

Publicado em Café Brasil.
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