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Contos-->Espírito Infante II (o conto) -- 28/06/2000 - 13:17 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“...Não chores! Que não morreu!
Era um anjinho do céu
Que outro anjinho chamou!
Era uma luz peregrina,
Era uma estrela divina
Que ao firmamento voou!”
Álvares de Azevedo – Anjinho

Numa escura noite, em um pequeno vilarejo na Inglaterra, a imagem fosca da lua cheia e o cheiro úmido da névoa londrina eram propícios à convidar todos os boêmios para invadirem as aconchegantes adegas do início do século passado.
Pelas ruas antigas, feitas de pedra, caminha um feliz casal de irmãos. Sorridentes de falas altas, despreocupados com as almas dormentes da madrugada. Transitam pelas ruas pouco iluminadas a visitar todas as casas, a degustar de todos os vinhos.
Um lindo casal apaixonado apreciando um dos contentadores momentos de suas próprias biografias. Quando duas belas auras surgem de uma mesma feminina forma maternal, tendem a se amar como amigos, confidentes. Um amor vindo do sangue, genético e psicológico na convivência diária.
Embriagados, foram ao leito. Onde desvendaram e se entregaram a paixões incestuosas. Incandescentes orgias ébrias. Fizeram da relação fraterna, talvez, a mais insana história de amor.
Os dias foram passados dentre falsos esquecimentos. Mas a pura donzela, qual não era mais virgem, carregava em seu ventre um infante espírito. Por meses, mergulhou em quimeras, blasfêmias e fugas. Com o irmão amado... ódio, medo, ironia...amor.
No momento em que veio à vida, trouxe lágrimas e um doce sorriso, a inocente alma, para a face entristecida da mãe. Distante do leito onde sua semente brotara, o rapaz mal vestido procurou-se dentre diversos conflitos. Pelas ruas da vila, aquele ser, qual um dia já transbordou beleza, alimentou-se de fúria e ódio.
Durante a madrugada primeira daquela nova vida, um pai com a mente atordoada por instintos selvagens e assassinos, apunhalou o ingênuo olhar de um próprio fragmento de alma que agora jaz no seio de uma mulher que desaba aos prantos.
Implorando em posição de preces, com o petiz num sono eterno sobre os braços, os olhares cheios de lágrimas e infelicidade direcionados para os céus. “Oh, infante espírito! Creio que sua alma aqui não jaz...”
A sinceridade e beleza extrema duma mulher que amou, agora suja e atropelada pela tristeza, pede piedade aos infindos e moribundos seres e para outras puras vidas, quais também se foram injustiçadas, abracem sua pequena aura sob os fulcros de girassóis.

* Inspirado na poesia Espírito Infante de Jaína Alves Camargo.
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